São Paulo, domingo, 01 de julho de 2007 |
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CINEMA por Lúcia Nagib 1. Pai e Filha (Yasujiro Ozu, 1949). Nunca como em "Pai e Filha", entre os 70 filmes que estrelou, Setsuko Hara apareceu tão bela. Musa intocável, eterna virgem do cinema japonês, ela protagoniza uma filha apaixonada (inocentemente, é claro) pelo pai, o também incomparável Chishu Ryu. 2. Um Corpo que Cai (Alfred Hitchcock, 1958). Neste filme, a beleza emana da combinação de atores, cenários, figurinos e principalmente cores. O jogo de verde e vermelho, como num sinal de trânsito, ao mesmo tempo convida e proíbe a paixão de James Stewart pela inefável, mas carnal, Kim Novak, que interpreta personagens vivos e mortos. 3. O Império dos Sentidos (Nagisa Oshima, 1976). Melhor filme erótico de todos os tempos, esta obra realiza o que nenhum filme pornô conseguiu fazer: provar que o sexo, quanto mais radical, mais bonito é. 4. O Leopardo (Luchino Visconti, 1963). Como não se deslumbrar com Claudia Cardinale aos 24 e Alain Delon aos 27? Sobretudo tendo ao fundo as paisagens e cenários sicilianos impecavelmente construídos por Visconti e seu séquito de experts, para encenar o perigoso baile de burgueses e fidalgos. 5. Deus e o Diabo na Terra do Sol (Glauber Rocha, 1964). A beleza aqui se refere à monumentalidade do imaginário glauberiano. Um exemplo é a representação da miséria brasileira pela figura de um camponês que sobe de joelhos, com uma enorme pedra na cabeça, a infindável escadaria de Monte Santo, num sertão a perder de vista. 6. Sou Cuba (Mikhail Kalatozov, 1964). Magistral poema sobre a revolução cubana filmado pelo filtro da imaginação russa, "Sou Cuba" contém os mais espetaculares planos-seqüência da história do cinema. Um deles mostra o enterro de um revolucionário, com a câmera acompanhando a multidão na rua, subindo por um prédio, saindo pela janela e viajando por cima dos telhados das casas, tudo sem cortes. 7. Séries Heimat (Edgar Reitz, 1984-2004). Em suas três séries e 30 episódios (até o momento), trata-se da melhor telenovela já feita. Cobrindo a história da Alemanha de 1919 a 1999, "Heimat" é ainda mais fascinante no cinema, vista em seqüência, quando transporta o espectador a uma realidade paralela. LÚCIA NAGIB leciona cinema mundial na Universidade de Leeds (Reino Unido). É autora de, entre outros, "Nascido das Cinzas" (Edusp). Texto Anterior: Ciência - Luiz Pinguelli Rosa Próximo Texto: Literatura - Walnice Nogueira Galvão Índice |
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