São Paulo, domingo, 02 de outubro de 2005

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IMAGINAÇÃO
Idealmente, não há necessidade de imaginação. Para escrever um poema, qualquer coisa convém, qualquer objeto serve, por mais banal que seja, não importa a situação. Não há necessidade de imaginar coisas que não existem. Para um romance, pelo contrário, não creio que eu tenha jamais encontrado um único fato real diretamente utilizável, sempre é preciso falsificar.
Gostei muito de "A Sangue Frio", livro cuja regra era selecionar apenas material real, mas eu não teria sido capaz de escrever tal livro, não teria conseguido me impedir de acrescentar anedotas. Utilizo a imaginação sem pensar, mas tenho consciência de que não é a melhor fórmula, porque o estado poético em que tudo, absolutamente tudo, surge como material diretamente utilizável é sem dúvida o mais invejável.


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