São Paulo, domingo, 3 de janeiro de 1999

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Conheça os outros 90 romances mais votados

11º - A Morte de Virgílio (1945) - Hermann Broch (1886-1951). Relógio d'Água (Portugal).
Escritor austríaco. Concebida enquanto o autor estava preso pelos nazistas, a obra é um longo monólogo interior do poeta latino Virgílio.

12º - Coração das Trevas (1902) - Joseph Conrad (1857-1924). Ediouro (R$ 12,00).
Escritor ucraniano de língua inglesa. Em busca de um mercador de marfim que desapareceu na selva africana, o capitão Marlowe o encontra inteiramente louco e cultuado como um deus pelos nativos.

13º - O Estrangeiro (1942)
- Albert Camus (1913-1960). Record (R$ 17,00).
Obra que consagrou o autor francês de origem argelina (Nobel de 1957) ao tratar do absurdo da existência. Aparentemente sem motivação -"por causa do sol"-, Mersault mata um árabe durante passeio pela praia. Julgado e condenado à morte, resigna-se a seu destino.

14º - O Inominável (1953) - Samuel Beckett (1906-1989). Nova Fronteira (R$ 14,00).
Conclusão da trilogia do dramaturgo irlandês, após "Molloy" e "Malone Morre". Reduzido a uma condição precária de existência -sem nome-, o narrador busca se apropriar da identidade de dois outros personagens, Mahood e Worm. Beckett ganhou o Nobel em 1969.

15º - Cem Anos de Solidão (1967) - Gabriel García Márquez (1928). Record (R$ 22,00).
Colombiano, ganhou o Nobel em 1990. A saga de duas famílias no povoado fictício de Macondo é o pretexto para o autor construir uma alegoria da situação da América Latina. Obra que projetou internacionalmente o "realismo mágico".


16º - Admirável Mundo Novo (1932) - Aldous Huxley (1894-1963). Globo (R$ 5,50).
Inglês. Alegoria sobre as sociedades administradas e sem liberdade. Em um futuro indefinido, todos os nascimentos são "de proveta" e os cidadãos são vigiados. Nascido de uma mulher, John se torna uma ameaça por sua diferença.

17º - Mrs. Dalloway (1925) - Virginia Woolf (1882-1941). Penguin Books (EUA).
Inglesa. A partir de um fato banal -a compra de flores para uma festa-, Mrs. Dalloway relembra sua vida -como a relação com a filha e uma antiga paixão.

18º - Ao Farol (1927) - Virginia Woolf. Ediouro (R$ 15,00).
Um passeio da família Ramsay a um farol, frustrada pelo mau tempo, torna-se imagem da sensação de perda que percorre a obra: logo após irrompe a Primeira Guerra e a morte atingirá os Ramsay.

19º - Os Embaixadores (1903) - Henry James (1891-1980). Oxford University Press ("The Embassadors", Reino Unido).
Tema central do escritor americano, o confronto entre a mentalidade puritana dos EUA a cultura "fin-de-siècle" européia dá o tom nesta história sobre americano que vai a Paris para trazer de volta rapaz seduzido pela capital francesa.

20º - A Consciência de Zeno (1923) - Italo Svevo (1861-1928). Minerva (Portugal).
Após várias tentativas malogradas para deixar de fumar, Zeno Cosini segue o conselho de seu psicanalista e decide escrever a história de sua vida, fazendo um retrato impiedoso da burguesia italiana.

21º - Lolita (1958) - Vladimir Nabokov (1899-1977). Cia. das Letras (R$ 25,00).
Russo naturalizado americano. O professor quarentão Humber apaixona-se pela adolescente Lolita. Para tê-la próxima, casa-se com sua mãe, que morre em um acidente de carro. Os dois se tornam então amantes.

23º - O Leopardo (1958) - Tomaso di Lampedusa (1896-1957). L&PM (R$ 13,40).
Único romance do autor italiano. No século 19, em uma Sicília dominada por clãs familiares, o aristocrático Fabrizio Salina recusa-se a ver a decadência de sua classe, anunciada pelas convulsões sociais que vão levar a Itália à unificação.

24º - 1984 (1949) - George Orwell (1903-1950). Companhia Editora Nacional (R$ 22,00).
Inglês. Nesta sombria alegoria passada em futuro que seria o ano de 1984, cidadãos estão submetidos à autoridade onipresente do "Big Brother" e proibidos de manifestar sua individualidade.

25º - A Náusea (1938) - Jean-Paul Sartre (1905-1980). Nova Fronteira (R$ 23,00).
Nesta obra que tornou o filósofo Sartre mundialmente conhecido, o herói Roquentin, sentado num banco de praça em uma cidade do interior, subitamente deixa de ver sentido no mundo e passa a ter consciência do "mal-estar de existir". Francês, Sartre recusou o Nobel em 64.

26º - O Quarteto de Alexandria (1957-1960) - Lawrence Durrell (1912-1990). Ulisseia (Portugal).
Inglês de origem indiana. Tetralogia em que a mesma história de política, amor e perversão é contada de quatro óticas diferentes, em quatro diferentes romances : "Justine", "Balthazar", "Mountolive" e "Clea".

27º - Os Moedeiros Falsos (1925) - André Gide (1869-1951). Gallimard ("Les Faux-Monnayeurs", França).
Edouard mantém um "diário do romance", a partir do qual pretende escrever um romance -"Moedeiros Falsos". A obra criou o "mise-en-abîme" -técnica em que a personagem se duplica dentro do romance. Francês, recebeu o Nobel em 1947.

28º - Malone Morre (1951) - Samuel Beckett. Edições Dom Quixote (Portugal).
Segundo livro da trilogia do autor. Moribundo em um leito de hospital, Malone reflete sobre sua vida.

29º - O Deserto do Tártaros (1940) - Dino Buzzati (1906-1972). Mondadori ("Il Deserto dei Tartari", Itália)
Italiano. O tenente Drogo é enviado ao longínquo e decadente forte Bastiani, situado na fronteira pacificada de um país que nunca é nomeado. Lá, todos aguardam há décadas o ataque improvável dos tártaros e a desilusão se torna regra.

30º - Lord Jim (1900) - Joseph Conrad (1857-1924). Publicações Europa-América (Portugal).
Conrad narra a história de um marinheiro atormentado pelo remorso de ter permitido o naufrágio de seu navio.

31º - Orlando (1928) - Virginia Woolf. Ediouro (R$ 12,00).
A autora inglesa imagina sua amiga, a também escritora Vita-Sackville West, vivendo nos três séculos anteriores.

32º - A Peste (1947) - Albert Camus. Record (R$ 22,00).
Epidemia assola Orán, na Argélia. A cidade é isolada e muitos morrem. Escrita logo após o fim da Segunda Guerra, a obra reflete sobre como indivíduos reagem à morte iminente, ao isolamento e ao vácuo de sentido que se abre em suas vidas.

33º - O Grande Gatsby (1925) - Scott Fitzgerald (1896-1940). Relógio d'Água (Portugal).
Americano. Vivendo de negócios ilícitos, Jay Gatsby revê antiga paixão, Daisy, agora casada com o milionário Tom Buchanan. Tornam-se amantes, mas Daisy e o marido acabarão por envolver Gatsby em intriga que o levará a um fim trágico.

34º - O Tambor (1959) - Günter Grass (1927). Vintage Books ("The Tin Drum", EUA).
Obra em que o autor alemão narra a ascensão do nazismo. Internado em um manicômio, Oskar relembra sua vida desde os três anos, quando decidiu parar de crescer por ódio aos pais e ao mundo adulto.


35º - Pedro Páramo (1955) - Juan Rulfo (1918-1986). Paz e Terra (R$ 19,50).
Mexicano. Nesta obra que prenuncia o "realismo mágico", Juan chega a Comala em busca do paradeiro do pai, Pedro Páramo. Mas, ao descobrir que o povoado é habitado apenas por mortos, Juan morre aterrorizado. Enterrado, outros fantasmas irão lhe contar a vida de seu pai.

36º - Viagem ao Fim da Noite (1932) - Louis-Ferdinand Céline (1894-1961). Cia. das Letras (R$ 30,00).
Francês. Após ser ferido na Primeira Guerra, Bardamu conhece a americana Lola, com quem viaja para os EUA. Passado na França, África e nos EUA, a obra critica as guerras e o colonialismo.

37º - Berlin Alexanderplatz (1929) - Alfred Döblin (1878-1957). Rocco (R$ 42,00).
Alemão. Obra que abriu novas possibilidades ao gênero ao utilizar técnicas de montagem e justaposição para construir, nos anos 20, uma Berlim multifacetada, por onde transitam personagens esmagadas pela engrenagem social.

38º - Doutor Jivago (1957) - Boris Pasternak (1890-1960). Itatiaia (R$ 15,90).
Um amplo painel da Rússia nas três primeiras décadas deste século, desde a crise do czarismo até a implantação do comunismo. O autor foi perseguido pelo regime comunista soviético, que o forçou a recusar o Prêmio Nobel de 1958.

39º - Molloy (1951) - Samuel Beckett (1906-1989). Nova Fronteira (R$ 19,00).
Primeiro obra da trilogia. Relembrando suas viagens, os narradores Molloy e Moran revelam-se a mesma pessoa, e as viagens, a busca da identidade perdida.

40º - A Condição Humana (1933) - André Malraux (1901-1976). Record (R$ 28,00).
Ambientado em Xangai (China), o romance dramatiza os primeiros levantes da Revolução Chinesa, em 1927. Francês, Malraux foi ministro da Cultura de Charles de Gaulle.

41º - O Jogo da Amarelinha (1963) - Julio Cortázar (1914-1984). Civilização Brasileira (R$ 41,00).
Argentino. A vida de Oliveira em Paris é o pretexto para o autor criar um dos romances mais ousados do século 20. Ao propor possibilidades da leitura dos capítulos fora da ordem sequencial, o narrador delega ao leitor a capacidade de também "construir" o romance.


42º - Retrato do Artista quando Jovem (1917) - James Joyce. Ediouro (R$ 19,90).
De caráter autobiográfico, a obra investiga o processo de formação do artista ao longo da infância e adolescência do personagem Stephen Dedalus, que será um dos personagens centrais de "Ulisses".

43º - A Cidade e as Serras (1901) - Eça de Queirós (1845-1900). Ediouro (R$ 7,80).
Principal autor do realismo português, Eça põe em cena a dicotomia entre campo e cidade, ao contar a história de dois amigos, um entusiasta da moderna Paris e outro da vida bucólica em Portugal.

44º - Aquela Confusão Louca da Via Merulana (1957) - Carlo Emilio Gadda (1893-1973). Record (R$ 11,00).
Neste romance "policial" sobre um roubo de jóias, ambientado nos primeiros anos do fascismo, o autor italiano radicaliza o uso de jargões, gírias e dialetos.

45º - As Vinhas da Ira (1939) - John Steinbeck (1902-1968). Record (R$ 22,00).
Americano, ganhou o Nobel de 1962. Marcada por forte crítica social, obra narra a saga de uma família de camponeses em busca de trabalho na Califórnia.

46º - Auto de Fé (1935) - Elias Canetti (1905-1994). Nova Fronteira (R$ 42,00).
Búlgaro de língua alemã, ganhou o Nobel de 1981. Obcecado desde a infância pela idéia de ler e saber tudo, o professor Kien acaba por morrer queimado em um incêndio de seus 100 mil livros.


47 º - À Sombra do Vulcão (1947) - Malcolm Lowry (1909-1957). Ed. Siciliano (R$ 27,00).
Inglês. Incorporando técnicas da linguagem cinematográfica -como flashbacks e justaposição de imagens e pensamentos-, a obra narra o périplo de um velho cônsul alcoólatra por uma cidadezinha do México.

49º - Macunaíma (1928) - Mário de Andrade (1893-1945). Scipione (R$ 38,00) e Villa Rica (R$ 11,80).
Obra de ficção mais importante do modernismo brasileiro, "Macunaíma", "o herói sem nenhum caráter", sincretiza o que Mário de Andrade considerava as características do povo brasileiro: índio, negro e branco, desleal, ambicioso, coração mole, corajoso, mas preguiçoso.

50º - O Bosque das Ilusões Perdidas (1913) - Alain Fournier (1886-1914). Relógio d'Água (Portugal).
A partir da paixão de um estudante por uma aldeã, o autor francês constrói uma fábula poética sobre a passagem da infância à adolescência.

51º - Morte a Crédito (1936) - Louis-Ferdinand Céline (1894-1961). Nova Fronteira (R$ 31,00).
Fugindo da miséria, Ferdinand deixa sua casa e se envolve com um inventor fantástico que criou uma forma de plantio "rádio-telúrico", que provoca a ira dos agricultores do interior da França. A obra radicalizou o experimentalismo linguístico de "Viagem ao Fim da Noite".

52º - O Amante de Lady Chatterley (1928) - D.H. Lawrence (1885-1930). Graal (R$ 19,00).
Proibido na Inglaterra por 32 anos, acusado de obscenidade, o romance narra a paixão avassaladora entre a mulher de um aristocrata inglês e um guarda-caça.

53º - O Século das Luzes (1962) - Alejo Carpentier (1904-1980). Global (R$ 27,00).
Cubano. Publicada a princípio em francês, essa crônica histórica se passa na ilha antilhana de Guadalupe, onde comerciante tenta impor os ideais da Revolução Francesa (1789) em curso na Europa.

54º - Uma Tragédia Americana (1925) - Theodore Dreiser (1871-1945). New America Library ("An American Tragedy", EUA).
Escritor americano. Jovem ambicioso e arrivista planeja matar a namorada que pode impedir sua ascensão social. Deixa a idéia de lado, mas a moça acaba morrendo e ele é acusado.

55º - América (1927) - Franz Kafka. Livros do Brasil (Portugal).
Obra inacabada de Kafka, publicada três anos após sua morte, conta a história de jovem que é enviado aos EUA pelos pais depois de engravidar uma empregada.

59º - A Vida - Modo de Usar (1978) - Georges Perec (1936-1982). Companhia das Letras (R$ 33,00).
Partindo da idéia do quebra-cabeças, o livro relaciona as vidas e experiências dos moradores de um edifício em Paris. Perec participou do grupo de experimentação literária OuLiPo, de Raymond Queneau.

60º - José e Seus Irmãos (1933-1943) - Thomas Mann. Ed. Nova Fronteira (R$ 30,00).
Tetralogia baseada na narrativa bíblica de Jacó, vendido pelos irmãos aos israelitas: "A História de Jacó", "O Jovem José", "José no Egito" e "José, o Provedor".

61º - Os Thibault (1921-1940) - Roger Martin du Gard (1881-1958). 2 vols. Ed. Globo (R$ 39,00).
Neste ciclo de oito romances, os grandes temas do entre-guerras, como o declínio do espírito religioso e a desilusão com o socialismo, são encenados por meio da trajetória de dois irmãos. Francês, ganhou o Prêmio Nobel em 1937.

62º - Cidades Invisíveis (1972) - Italo Calvino (1923-1985). Companhia das Letras (R$ 18,00).
O viajante veneziano Marco Polo descreve a Kublai Khan, de modo fabular e fantasioso, as incontáveis cidades do império do conquistador mongol.

63º - Paralelo 42 (1930) - John dos Passos (1896-1970). Ed. Rocco (R$ 27,00).
Inaugurando a trilogia "USA", formada ainda por "1919" e "Dinheiro Graúdo", a obra do autor americano descendente de portugueses traça um painel da América nas primeiras décadas do século.

64º - Memórias de Adriano (1951) - Marguerite Yourcenar (1903-1987). Ed. Nova Fronteira (R$ 30,00).
Escritora belga. No século 2º d.C., o imperador romano Adriano, próximo da morte, faz um balanço de sua existência em carta ao jovem Marco Aurélio.

65º - Passagem para a Índia (1924) - E.M. Forster (1879-1970). Publicações Europa-América (Portugal).
Inglês. Na Índia sob dominação britânica, um nacionalista hindu é acusado por uma inglesa de praticar atos imorais. É preso e levado a julgamento.

66º - Trópico de Câncer (1934) - Henry Miller. Ibrasa - Instituição Brasileira de Difusão Cultural (R$ 29,00).
De caráter autobiográfico, a obra recria o clima de liberdade e inconformismo de artistas e escritores americanos que viviam em Paris no entre-guerras.

67º - Enquanto Agonizo (1930) - William Faulkner. Ed. Exped (R$ 20,00).
O périplo da família Bundren para enterrar a mãe em Jefferson é um pretexto para virem à tona -na consciência das personagens- as desavenças entre irmãos, pai e tios.

68º - As Asas da Pomba (1902) - Henry James (1843-1916). Ediouro (R$ 29,90).
Rapaz é estimulado pela amante maquiavélica a cortejar uma milionária que está à beira da morte.

69º - O Jovem Törless (1906) - Robert Musil. Ed. Nova Fronteira (R$ 21,00).
Alemão. Descreve a vida de adolescentes em um internato alemão, onde a severidade do sistema educacional conjuga-se à brutalidade do comportamento dos alunos.

70º - A Modificação (1957) - Michel Butor (1926). Minuit ("La Modification", França).
Narrado inteiramente na segunda pessoa do plural, o livro conta a história de homem que, em um trem, a caminho de encontrar a amante em Roma, divide-se entre o amor dela e o de sua mulher.

71º - A Colméia (1951) - Camilo José Cela (1916). BCD União de Editoras (R$ 35,00).
Espanhol, ganhou o Nobel de 1989. Diversos personagens e histórias se cruzam neste livro em que a verdadeira personagem é a cidade de Madri (Espanha), logo após a Segunda Guerra.

72º - A Estrada de Flandres (1960) - Claude Simon (1913). Ed. Nova Fronteira (R$ 18,00).
O francês Claude Simon, ligado ao movimento do "roman nouveau" (novo romance), evoca neste livro a derrota da França pelos nazistas em 1940. Ganhou o Prêmio Nobel em 1985.

73º - A Sangue Frio (1966) - Truman Capote (1924-1984). Livros do Brasil (Portugal).
Enviado como jornalista para cobrir um crime real, o autor americano criou um novo gênero -o romance-documento-, que insere na ficção a investigação sistemática da reportagem.

74º - A Laranja Mecânica (1962) - Anthony Burgess (1916-1993). Ediouro (R$ 14,50).
Em uma cidade imaginária, o líder de uma gangue de vândalos é preso e submetido a lavagem cerebral para "descriminalizá-lo". Escritor britânico.

75º - O Apanhador no Campo de Centeio (1951) - J.D. Salinger (1919). Editora do Autor (R$ 24,50).
O americano Salinger retrata o vazio da classe média americana e os dilemas típicos da adolescência nos anos 50 a partir da história de um jovem que vaga sem rumo por Nova York.

76º - Cavalaria Vermelha (1926) - Isaac Babel (1894-1941). Ediouro (R$ 16,50).
De grande força épica, o livro narra a vida repleta de massacres e violência dos soldados russos -os cossacos.

77º - Jean Christophe (1904-12) - Romain Rolland (1866-1944). Ed. Globo (R$ 19,50).
Biografia imaginária de um músico alemão que vai viver na França, mas acaba se decepcionando com a frivolidade da cultura do país.

78º - Complexo de Portnoy (1969) - Philip Roth (1933). Editora L&PM (R$ 10,10).
Americano. Conceito da psiquiatria, "Complexo de Portnoy" tem como eixo garoto judeu obcecado pela mãe e em busca de satisfação sexual, o que acaba por aumentar seu complexo de culpa.

79º - Nós (1924) - Evgueni Ivanovitch Zamiatin (1884-1937). Ed. Antígona (Portugal).
O escritor russo satiriza o regime comunista soviético por meio de uma cidade imaginária onde não existem nem individualismo nem liberdade.

80º - O Ciúme (1957) - Allain Robbe-Grillet (1922). Ed. Minuit ("La Jalousie", França).
Francês. Nesta obra-chave do "nouveau roman", um narrador paranóico investiga a suposta traição da mulher.

81º - O Imoralista (1902) - André Gide (1869-1951). Ed. Gallimard ("L'Imoraliste", França).
Escritor francês. Criado na estrita moral puritana, Michel busca a auto-realização, o que resulta no sacrifício daqueles que o cercam, como a sua mulher.

82º - O Mestre e Margarida (1940) - Mikhail Afanasevitch (1891-1940). Ed. Ars Poética (R$ 24,00).
Escritor russo. Voland -a encarnação do diabo- é internado em um manicômio ao desmascarar os abusos e favoritismos da sociedade russa dos anos 20.

83º - O Senhor Presidente (1946) - Miguel Ángel Asturias (1899-1974). Ed. Losada ("El Señor Presidente", Argentina).
Ganhador do Nobel de 1967, o guatemalteco se tornou um dos pioneiros do "realismo mágico" com esta obra que satiriza um ditador sul-americano.

84º - O Lobo da Estepe (1927) - Herman Hesse (1877-1962). Ed. Record (R$ 17,00).
Escritor alemão. Solitário e em crise existencial, o escritor Harry Haller acaba por conhecer duas pessoas que vão incitá-lo a aceitar a vida em toda a sua plenitude.

85º - Os Cadernos de Malte Laurids Bridge (1910) - Rainer Maria Rilke (1875-1926). Editora Siciliano (R$ 15,50).
Escritor alemão. Intelectual reflete em seu diário sobre a morte e a busca de Deus enquanto se recupera de uma doença.

86º - Satã em Gorai (1934) - Isaac B. Singer (1904-1991). Ed. Perspectiva (R$ 15,00).
No século 17, em uma aldeia da Polônia assediada por tropas inimigas, um falso messias anuncia a redenção próxima. Polonês de língua inglesa, Singer recebeu o Prêmio Nobel em 1978.

87º - Zazie no Metrô (1959) - Raymond Queneau (1903-1976). Ed. Rocco (R$ 15,00).
Francês, criador nos anos 60 do grupo de experimentação literária OuLiPo. Enquanto o metrô está em greve, Zazie percorre a cidade de Paris, partilhando a experiência de personagens como uma viúva, um taxista e um cabeleireiro.

88º - Revolução dos Bichos (1945) - George Orwell. Editora Globo (R$ 3,70).
Animais de uma fazenda se rebelam contra seus donos e tomam o poder. Ambicionam realizar uma "sociedade" igualitária, mas logo se instala uma ditadura, a dos porcos, que submete os demais bichos como faziam os donos humanos.

89º - O Anão - Pär Lagerkvist. Ed. Farrar, Strauss & Giroux ("Dwarf", EUA).
No século 15, em Florença, um anão conta em um diário como foi encarcerado na torre do palácio por Lorenzo de Médici depois de servi-lo por vários anos. O autor sueco ganhou o Nobel em 1951.

90º - A Tigela Dourada (1904) - Henry James. Oxford University Press ("The Golden Bowl", EUA).
Dividido em duas partes, o livro é um estudo sobre o adultério a partir da ótica de um aristocrata e de sua mulher.

91º - Santuário - William Faulkner. Editora Minerva (Portugal).
Um delinquente mata um de seus comparsas e violenta uma jovem, que ele depois obriga a se prostituir. Perseguido pela polícia, ele é inocentado do crime pela mulher, que acusa a um outro, que acaba linchado. A fraqueza da justiça humana, a crueldade e a impotência são alguns dos temas reunidos por Faulkner neste livro, em que a tragédia grega se intromete no romance policial, na observação de André Malraux.

92º - A Morte de Artemio Cruz (1962) - Carlos Fuentes (1928). Ed. Rocco (R$ 22,00).
Escritor mexicano. Inválido e à beira da morte, o rico e poderoso Artemio Cruz relembra o seu passado revolucionário.

93º - Don Segundo Sombra (1926) - Ricardo Güiraldes (1886-1927). Ed. Scipione (R$ 38,00).
De dimensões míticas, obra narra a formação de um jovem por um dos últimos "gauchos" dos pampas argentinos. Obra de forte caráter nacionalista.

94º - A Invenção de Morel (1940) - Adolfo Bioy Casares (1914). Ed. Rocco (R$ 12,00).
Neste clássico da literatura fantástica, o autor argentino cria a história de um homem em fuga da Justiça que chega a uma ilha deserta, onde pouco a pouco realidade e imaginário começam a se misturar.

95º - Absalão, Absalão (1936) - William Faulkner. Editores Reunidos (Portugal).
O passado mítico e trágico de Thomas Sutpen, que impôs a destruição à velha aristocracia de uma cidade, é narrado a partir de três pontos de vista diferentes, que se contradizem, se anulam ou se confirmam. O drama familiar, o conflito racial e a decadência sulina expandem-se em um quadro histórico dos maiores construídos por Faulkner.

96º - Fogo Pálido (1962) - Vladimir Nabokov (1899-1977). Ed. Teorema (Portugal).
Escritor russo-americano. Após apresentar ao leitor um poema recém-descoberto -"Fogo Pálido"-, o narrador analisa sua estrutura e investiga as motivações que levaram o autor -já morto- a escrevê-lo.

97º - Herzog (1964) - Saul Bellow (1915). Ed. Relógio d'Àgua (Portugal).
Em crise existencial, intelectual passa a enviar cartas a figuras fictícias, como filósofos, políticos, além de Deus e a si mesmo. Americano, ganhou o Nobel em 1976.

98º - Memorial do Convento (1982) - José Saramago (1922). Bertrand (R$ 32,00).
Autor português, ganhou o Nobel em 1998. Durante construção de convento em Portugal no século 18, padre idealiza realizar um engenho voador, a "passarola", o que desagrada a Inquisição.

99º - Judeus sem Dinheiro (1930) - Michael Gold (1893-1967). Editorial Caminho (Portugal).
Membro do Partido Comunista, o escritor americano traça um painel do bairro do Lower East Side, em Nova York, durante as primeiras décadas do século, quando começavam a chegar as primeiras levas de imigrantes judeus.

100º - Os Cus de Judas (1980) - Antonio Lobo Antunes (1942). Ed. Marco Zero (R$ 17,00).
Escritor português. A obra trata de forma sarcástica e irreverente a ditadura salazarista dos anos 70 e as guerras pela libertação das colônias portuguesas na África.

ONDE ENCOMENDAR OS LIVROS
Os livros que não dispõem de edições brasileiras podem ser encomendados às seguintes livrarias:

Edições em inglês - em São Paulo, na Livraria Cultura (av. Paulista, 2.073, tel. 011/285-4033) e, no Rio de Janeiro, na Livraria Marcabru (r. Marquês de São Vicente, 124, tel 021/294-5994). Ou pela Internet, na Amazon Books (http://www.amazon.com).

Edições em francês - na Livraria Francesa (r. Barão de Itapetininga, 275, tel. 011/231-4555, São Paulo) ou, pela Internet, na Librairie Gallimard (http://www.gallimard-mtl.com/).

Edições em espanhol - na Livraria Letraviva (av. Rebouças, 2.080, tel. 011/280-7992, São Paulo).

Edições em italiano - na Livraria Italiana (av. São Luiz, 192, loja 18, tel. 011/259-8915, São Paulo).



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