São Paulo, domingo, 03 de fevereiro de 2002

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Professora de teoria literária na USP, Iná Camargo Costa está lançando "Panorama do Rio Vermelho" (ed. Nankin), um conjunto de ensaios que articula história e estética na análise do teatro americano da primeira metade do século 20.

Qual a importância de rever a "história oficial" do teatro americano?
A "história oficial" do teatro americano moderno dá uma idéia muito parcial do que foi a riquíssima experiência teatral nos Estados Unidos. Além de silenciar sobre figuras e episódios de extremo interesse, ela não explica, ou explica mal, a obra dos próprios dramaturgos que valoriza. A consequência é que ficamos sem parâmetros para avaliar o papel desses autores na experiência brasileira.

Qual foi o impacto do teatro operário na obra dos grandes dramaturgos do país?
Foi tanto temático quanto formal. Para dar exemplos examinados no livro e conhecidos no Brasil, peças de Eugene O'Neill como "O Imperador Jones" e "O Macaco Peludo" tratam de temas que o movimento operário estava discutindo; Arthur Miller começou a escrever peças que tratam de aspectos da política e da vida dos trabalhadores depois de assistir a espetáculos de teatro operário; e, por fim, Tennessee Williams, desde "À Margem da Vida", retoma experimentos formais que tinham sido feitos pelo teatro operário já no começo do século.
Como o moderno teatro americano influenciou o brasileiro?
Simplesmente dando régua e compasso para todo o nosso teatro moderno, desde a fundação do TBC aqui em São Paulo e de companhias como a de Maria Della Costa. A partir dessa época, fins dos anos 40, a cena brasileira passou a ter regularmente dramaturgos americanos em cartaz. Não demorou muito tempo para os brasileiros também começarem a escrever como eles e um dos mais interessantes exemplos é Jorge Andrade.


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