São Paulo, domingo, 09 de setembro de 2001

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+ notas

Reavaliação de Flaubert
A prestigiada "Magazine Littéraire" deste mês traz um dossiê dedicado a Gustave Flaubert (1821-1880) -mais um, aliás. Mas, desta vez, a revista mensal francesa reuniu nomes mais jovens da crítica e da literatura para desvendar a vida e a obra do autor de "Madame Bovary", como é o caso do escritor Jean Echenoz -embora também traga um depoimento do Prêmio Nobel Claude Simon.

Shakespeare só para maiores
A revista acadêmica americana "Linguafranca" traz artigo que debate as adaptações pornográficas de obras shakespearianas. O professor Richard Burt, por exemplo, afirma que está interessado em adaptações da obra, em todas as adaptações da obra, inclusive as que não dão margem a sutilezas.

Rock político como pose
O rock perdeu sua capacidade de atuar politicamente. Da performance de Hendrix, quando tocou o hino norte-americano em Woodstock, à música de genuíno protesto de The Clash, pouca coisa sobrou. O escritor Alex Abramovich, em ensaio na revista "The New Republic", critica o rock autodenominado "político" também de bandas atuais, como Rage against the Machine. Bandas assim, em vez de comporem música pensante e geradora de uma ação política -um exemplo extremo seria a Gang of Four, cujos membros estudavam Marx-, acabam se tornando meros órgãos de publicidade de tal ou qual causa e seu protesto contra a globalização é ineficaz, pois elas mesmas se servem dos mecanismos da globalização para venderem no mundo todo.

Razão e sensibilidade
Na edição deste mês da "Monthly Review", a historiadora americana Barbara Epstein faz uma análise penetrante da ideologia que está por trás dos grupos antiglobalização. Professora de história da consciência da Universidade da Califórnia, Epstein disseca a mobilidade teórica que sustenta esses grupos, que incorporam "os protestos dos marxistas contra a exploração de classe e a indignação dos liberais contra as violações dos direitos humanos". Suas reivindicações, conclui, diferem daquela dos anarquistas dos anos 60 por serem menos teóricas -muitos "não sabem quem foi Bakunin". Trata-se antes de uma "sensibilidade anárquica que de um anarquismo "per se'".



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