RICARDO MUSSE
ESPECIAL PARA A FOLHA

Luiz Werneck Vianna destaca-se como um dos mais influentes cientistas políticos do país. Militante do PCB durante o regime militar, escreveu seu primeiro livro, "Liberalismo e Sindicato no Brasil" (ed. UFMG), em 1975, na clandestinidade, escondido na casa de Paulo Pontes e Bibi Ferreira. Sua obra desenvolveu-se como uma meditação sobre a modernização brasileira, em permanente diálogo como os clássicos de interpretação do Brasil, de que é exemplo "A Revolução Passiva" (Revan, 1997).
Professor do Iuperj e ex-presidente da Anpocs (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais), Werneck Vianna nunca deixou de intervir no debate político, reunindo seus estudos de conjuntura em uma série de livros que abordam todo o período de redemocratização. "Esquerda Brasileira e Tradição Republicana" insere-se nessa linhagem.
Trata-se de uma coletânea de ensaios, artigos de jornal e entrevistas que acompanham, no calor da hora, os momentos decisivos da era FHC-Lula. O livro surpreende não só por sua aguda capacidade de previsão mas, sobretudo, pelo poder explicativo de sua interpretação do país, ancorada no conceito gramsciano de "revolução passiva".
Leia trechos da entrevista em que Werneck Vianna discorre sobre os dilemas da sociedade e da vida política brasileira após o fim do regime militar e também sobre o futuro do país.