São Paulo, domingo, 14 de outubro de 2001 |
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+ personagem De "Dona Flor" a "Central do Brasil", 20 historiadores analisam 20 filmes que cobrem pouco mais de 20 anos da vida brasileira (1976-98). Este é o livro "A História Vai ao Cinema" (ed. Record), organizado pelos professores Mariza de Carvalho Soares (foto) e Jorge Ferreira. Como o historiador lida com a narrativa ficcional do cinema? Na verdade não existe um modo de o historiador trabalhar, mas vários. Métodos e abordagens podem variar muito, de acordo com a opção teórica e com o tema a ser estudado. Isso vale para os filmes também. Assim como na literatura os "fatos" são sempre apresentados no bojo de uma narrativa, na história a ficção aparece sempre no interior de uma circunstância a ser analisada. É observando a sociedade onde se produz uma certa ficção que o historiador transita entre história e cinema. Qual o critério de escolha de um ensaísta para cada filme? Primeiro escolhemos os filmes. Depois buscamos historiadores que tivessem pesquisas relacionadas ao tema dos filmes, de modo a permitir um cruzamento entre o trabalho de pesquisa e a análise do filme. Procuramos ainda apresentar uma variedade de temas e diretores. Agora cabe ao leitor avaliar o critério por nós adotado. Por que a opção pelo período 1976-98? Porque não há quase nada sobre ele. A atenção até agora estava voltada para o cinema novo, considerado arte. Já esses filmes foram tachados de comerciais. Aliás, um bom comércio, porque um dos critérios que adotamos foi o fato de o filme ter sido "sucesso de bilheteria". Esse era o nosso objetivo: mostrar como esses filmes ficaram na memória do público e como é possível, a partir deles, fazer história ou dialogar com a história. Em que medida o cinema foi à história? "A história vai ao cinema" porque antes o cinema brasileiro buscou a história. E quando digo história não me refiro ao passado remoto ou recente mas também ao que chamamos história do tempo presente. Texto Anterior: Guerra ou paz Próximo Texto: + 5 livros Básicos sobre lógica Índice |
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