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GLOBALIZAÇÃO
Paul Singer: "Estou inteiramente de acordo com o fato de que a
globalização pode ser referida
desde os anos das navegações. (...)
Os entusiastas da globalização
gostam de citar enormes valores
absolutos. São trilhões de dólares
para cá, trilhões para lá. Se você
faz uma análise comparativa histórica, você vê que, efetivamente,
esse estágio em que nós nos encontramos hoje é muito diferente
daquele do final do ano passado.
A grande novidade é a presença
de multinacionais".
Yoshiaki Nakano: "Em relação
à globalização, dizer que esse é
um fenômeno antigo ou a repetição daquilo que aconteceu no final do século passado é uma grande besteira. Porque é evidente
que, se você olhar friamente algumas estatísticas de comércio internacional etc., você pode até
chegar à conclusão de que no passado as economias eram mais
abertas e que havia um grande
movimento de comércio e investimento entre as nações. Mas o
processo de globalização que estamos vivendo neste final de século é um fenômeno histórico específico".
Aloízio Mercadante: "Eu acho
que o Brasil não pode continuar
nessa inserção passiva e subordinada ao processo de globalização,
promovida por esse ideário neoliberal que se sustenta nessa aliança
conservadora e coordenada pelo
Fernando Henrique Cardoso. Eu
acho que o Brasil tem que procurar uma presença soberana no cenário internacional".
José Serra: "O processo de integração econômica em escala internacional é antigo e a partir dos
grandes descobrimentos passou a
ser mais contínuo. Há fases de expansão e de contração, mas a tendência de longo prazo sempre foi
a do aprofundamento. (...) Hoje,
na economia internacional, é assombroso o descolamento da esfera financeira do lado real. Devemos ter US$ 1,5 trilhão circulando
por dia no mundo, sendo que pelo menos 95% não estão vinculados a comércio ou investimentos".
Fernando de Holanda Barbosa: "O que os países asiáticos fizeram e o que nós não fizemos foi
copiar um grande número de instituições dos países avançados.
Nesse tipo de modelo, você admite que todo mundo tem acesso à
mesma tecnologia. Nessas condições, há divergências. Cabe aqui a
seguinte pergunta: será que o trabalhador brasileiro, que está sendo treinado por esse sistema de
educação, é capaz de adotar essa
nova tecnologia? Tenho dúvidas".
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