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São Paulo, domingo, 16 de fevereiro de 2003

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ET + cetera

Hobbes, Agostinho e a idade dos lobos
Hobbes disse que o Estado se funda no temor generalizado da morte e como meio de domesticar o "lobo do homem" (o outro homem). Sua visão é mais do que nunca atual, num momento em que o "instinto da sobrevivência" tira a credibilidade das relações entre povos e indivíduos e compele à política do ataque preventivo. A análise é do filósofo francês Paul Ricoeur, em artigo no "Clarín". Ele cita reflexões de santo Agostinho e diz que é tempo de voltar a "imaginar a paz".

Dramaturgia freudiana por Roudinesco
Para além dos méritos científicos, as "impressionantes qualidades literárias" de "A Interpretação dos Sonhos" fazem do livro um clássico, diz a ensaísta Elisabeth Roudinesco, no "Le Monde", a propósito de nova tradução francesa da obra, pela PUF. Para ela, os sonhos ali expostos são vias de entrada a um "princípio narrativo" original e à encenação do "grande teatro do destino europeu" da época, marcado pelo declínio dos impérios centrais e do autoritarismo patriarcal.

A ideologia e o valor das imagens
O que pode barrar o ímpeto de guerra dos homens? Uma imagem de soldados ou civis tão mutilados "que não se distinguiriam de porcos"? Em "Regarding the Pain of Others" -livro a ser lançado em agosto-, a ensaísta americana Susan Sontag diz que tal imagem nunca falará por si só, e que será o que parecer a cada olhar: apelo à paz, incitação à revanche ou, mais comumente na era da "saturação midiática", um recurso insuficiente para "co-mover" o zapeador anestesiado.


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