São Paulo, domingo, 17 de dezembro de 2006

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Televisão
por Cássio Starling Carlos

Folhetim
Enquanto as telenovelas globais e similares patinam há décadas sem se renovar narrativa e tematicamente, as séries recuperaram o poder do folhetim e nele injetaram novidades formais e, sobretudo, comportamentais. Com seu formato aberto e sua velocidade de representação, captam as mutações das subjetividades quase no instante.

Roteiristas-autores
J.J. Abrams, criador de "Lost", é apenas a ponta de um iceberg constituído por escritores e dramaturgos que inovam com a força do cotidiano. Libertos do elefante branco que o cinema de Hollywood se tornou, eles ocupam cada vez mais um lugar de ponta na indústria do entretenimento inteligente.

Digital
O suporte libera a passos rápidos os formatos já existentes de expressão -filmes, vídeos, clipes ou simples registros amadores. Sem a parafernália técnica e distante do alto custo, as possibilidades criativas foram tomadas de assalto por jovens que relatam o mundo sob a forma mutante em que vivem, libertando, assim, o olhar.

Mídias livres
Em pouco mais de uma década, a internet radicalizou as formas de acesso às imagens, democratizando a expressão e a recepção contra a restritiva programação das TVs. Meios de circulação, do tipo YouTube, e programas de compartilhamento ampliaram as chances de escolher como, quando e o que ver.

Tele-visão
Com a realidade substituída pela imagem, para existir é preciso estar registrado e transmitindo, seja por TV, internet ou mídias móveis, como os celulares. Na era do virtual, a visão se tornou tele-visão, o MSN e o Orkut substituíram a conversação, e a palavra escrita, que abriu a porta da história, corre o risco de não sobreviver ao caos sem memória da pós-história.

CÁSSIO STARLING CARLOS é crítico de cinema da Folha.

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