São Paulo, domingo, 17 de dezembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice Cinema por João Luiz Vieira Bob Dylan nas telas Seguindo o interminável interesse de Hollywood pelas cinebiografias, dá para imaginar o que o impecável ator Heath Ledger -inesquecível como o cowboy Ennis Del Mar de "O Segredo de Brokeback Mountain"- fará com a figura legendária de Bob Dylan, em filme prometido para 2007. Periferias Os cinemas de países asiáticos continuarão a oferecer o que de mais inovador e instigante existe hoje fora do eixo ocidental Hollywood-Europa. Autores em afirmação de carreira, como o tailandês Apichatpong Weerasethakul, o chinês Jia Zhang-ke ou o japonês Nobuhiro Suwa (mesmo trabalhando na Europa) terminam filmes novos. No Brasil, acho que teremos mais chances -ainda que nos circuitos ultra-alternativos- de checar a produção original que vem sendo feita nos últimos anos pelos grupos que atuam em organizações como Nós do Morro e Central Única das Favelas. Pesquisa No campo da produção universitária (aqui e fora) serão intensificadas investigações em torno da área de imagem e corpo. A partir da mobilização dos chamados estudos culturais, há um deslocamento do interesse em autores ou gêneros para a inclusão de outras categorias críticas que recoloquem o audiovisual numa paisagem teórica mais ampla, combinando estética com história, antropologia, sociologia, economia e cultura visual médica, entre outras disciplinas. No Brasil, especialmente, percebe-se um potencial movimento de revisão histórica do nosso próprio cinema, que tornará visíveis algumas lacunas, como as relações entre o cinema e o teatro (o papel central de Plínio Marcos, por exemplo), a convivência de uma chanchada tardia com o Cinema Novo, a importância de roteiristas como um Alinor Azevedo e uma completa investigação da história do som no cinema brasileiros, entre outros temas. www.contracampo.com.br e www.revistacinetica.com.br São os melhores sites de crítica cinematográfica no Brasil de hoje e que apontam para um caminho que me parece irreversível, ou seja, a ampliação de novos e eficientes espaços para o exercício da cinefilia crítica e da análise do audiovisual para além da mídia impressa. Orson Welles e América Latina Finalmente, depois de quase dez anos de pesquisa, será publicado em março de 2007 o estudo definitivo sobre as relações de Orson Welles com a América Latina -em especial com o Brasil. De autoria de Catherine Benamou e intitulado "It's All True -Orson Welles's Pan-American Odyssey", esse monumental esforço arqueológico jogará muitas luzes novas e reavaliará o nosso ainda pouco conhecimento do histórico da produção e repercussão do inacabado projeto de boa vizinhança de Welles. JOÃO LUIZ VIEIRA é professor de cinema na Universidade Federal Fluminense. Texto Anterior: Internet 2 por Hernani Dimantas Próximo Texto: Sociologia por Ricardo Musse Índice

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