São Paulo, domingo, 17 de dezembro de 2006

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Ciência Política
por Newton Bignotto

"Discursos sobre a Primeira Década de Tito Lívio", de Maquiavel
Pode surpreender a escolha de um autor do Renascimento para pensar nosso tempo. Maquiavel oferece um caminho fecundo para abordar a política à distância dos moralismos de ocasião e dos projetos utópicos. Aponta para a democracia como um regime de conflitos, vividos dentro das instituições políticas.

Republicanismo
O recurso à tradição republicana nos permite abordar dois problemas fundamentais: o da natureza e da necessidade da participação política -numa sociedade marcada pela apatia e a solidão de seus membros- e a questão do interesse público, numa época de afirmação do individualismo como valor.

"Homo Sacer"
(ed. UFMG), de Giorgio Agamben Discípulo de Michel Foucault [1926-84] e leitor de Hannah Arendt [1906-75], Agamben aponta para as profundas transformações ocorridas na cena política contemporânea com a instituição do que chama de biopolítica -o homem visado como corpo- e o surgimento do campo de concentração como paradigma do poder.

"A Condição Humana"
(ed. Forense), de Hannah Arendt Arendt foi fundamental no movimento de retorno da filosofia política ao centro dos debates filosóficos na segunda metade do século 20. Seu livro é uma referência para pensar o papel da ação política na construção do mundo comum e os riscos de uma sociedade dedicada apenas à reprodução da vida pelo labor.

"Uma Teoria da Justiça"
(Martins Fontes), de John Rawls O Brasil sofreu nos anos 1990 o impacto de um liberalismo restrito à economia. Rawls aponta para a dimensão política da tradição liberal, ao associá-la à busca da justiça e das condições de eqüidade entre cidadãos, que não podem ser reduzidos a meros consumidores.

NEWTON BIGNOTTO leciona filosofia política na Universidade Federal de Minas Gerais.

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