São Paulo, domingo, 21 de janeiro de 2001

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José Simão
Paulista chupa espaguete sem fazer barulho!

Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O braço armado da gandaia nacional! Faltam quatro dias pra comemorar a Afundação de São Paulo. São Paulo foi fundada há 447 anos e AFUNDADA na última enchente. Ops, afundada há oito anos, com a posse da dupla Malupitta. Vamos comemorar O QUE SOBROU de São Paulo: ambulância sem breque, bule sem bico e diz que nem papel higiênico sobrou. Sucatearam tudo. Também, com toda merda que fizeram, queriam que sobrasse justo papel higiênico? Por isso que a Marta já foi apelidada de Rainha da Sucata! E por isso que ela apareceu naquela foto da Folha parecendo uma Barbie Bruxa. Com os cabelos todos pra cima. Foi quando ela viu a conta que o Pittanic deixou. Arrepiou a peruca!
E eu gosto de São Paulo lotada, não gosto quando a cidade fica vazia, tranquila, como a maioria gosta. Eu gosto de ficar engarrafado! De Sampa apinhada, ligada na tomada, elétrica! E praia de paulista é restaurante. São Paulo é a única cidade do Brasil que leva macarrão a sério! Macarrão em São Paulo tem nome, sobrenome e recheio: angollini al tartufo de mascarpone com recheio de shitake e shimeji -e aí um amigo me convidou pra comer ovo frito com trufa ralada por R$ 150 e eu perguntei: e a galinha tem fiofó de ouro? E paulista chupa espaguete sem fazer barulho!
E São Paulo é uma cidade tão segura que já tão blindando até moto! É verdade. Um amigo meu mandou blindar a moto! E São Paulo é tão esburacada que você não consegue nem tomar Coca-Cola dentro do carro. Quando a lata tá pra chegar na boca, CATAPIMBA, buraco. E aí ou você cospe a Coca ou a lata fica entalada na garganta! E engarrafamento? Carro em São Paulo paga IPTU. Virou bem imóvel. Sendo que um amigo meu diz que carro é um bem BEM mais durável que mulher! E todo ano eu comemoro a afundação da cidade com a frase da Regina Casé: "São Paulo não pode parar porque não tem estacionamento!". E São Paulo tá ficando uma cidade tão cara, mas tão cara, que pra sair sábado à noite só se for pra trabalhar de flanelinha. Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza. Hoje só amanhã. Vai indo que eu não vou!



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