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COM TODAS AS LETRAS
Para Arnaldo Niskier, a influência da língua no mundo precisa aumentar
A expansão do português
da Reportagem Local
É preciso dar mais atenção à língua portuguesa. Esse foi o principal ponto discutido por Arnaldo
Niskier, presidente da ABL (Academia Brasileira de Letras), na palestra "Para Onde Vai a Língua
Portuguesa?", no auditório da Folha, em setembro.
O evento aconteceu como parte
do ciclo "Com Todas as Letras",
que ocorre mensalmente e traz escritores membros da ABL para
conversar com o público.
"Desde que assumi a Academia
Brasileira de Letras, há dois anos,
tenho lutado bravamente para
que possamos alargar o interesse
pela língua portuguesa. Nós temos sete países da Comunidade
da Língua Portuguesa (CLP): Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Ilha de Sal, Cabo Verde, São
Tomé e Príncipe. Mas eu nunca
me conformei que nós ficássemos
apenas com esses sete países."
Como, juntos, esses países somam cerca de 200 milhões de habitantes, para ele é preciso expandir a influência da língua.
Fingidores
Niskier destacou ainda os conflitos do Timor Leste, que também fala português. "De 800 mil
pessoas, 200 mil foram assassinadas pelos indonésios da forma
mais absurda. Como nós podemos fingir que não é conosco?
Pessoas que falam a nossa língua
estão abandonadas", disse.
Ele acrescentou que os povos latinos têm de se unir contra a liderança da língua inglesa. Essa discussão, de acordo com Niskier, já
chegou à França, que tem defendido a mesma união, o que definem como "latinidade".
Niskier criticou ainda a LDB
(Lei de Diretrizes e Bases) da educação, de 1996, que tem seis artigos sobre a educação dos indígenas e apenas um dedicado à língua portuguesa.
"A iniciativa é muito boa. Mas
nós somos cerca de 160 milhões
de habitantes. O que não explica
apenas um artigo dedicado a nossa língua."
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