São Paulo, Domingo, 22 de Agosto de 1999 |
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ANELO Só aos lábios o reveles, Pois o vulgo zomba logo: Quero louvar o vivente Que aspira à morte no fogo. Na noite em que te geraram, Na noite que geraste, sentiste, Se calma a luz que alumiava, Um desconforto bem triste. Não sofres ficar nas trevas Onde a sombra se condensa. E te fascina o desejo De comunhão mais intensa. Não te detêm as distâncias, Ó mariposa! e nas tardes, Ávida de luz e chama, Voas para a luz em que ardes. "Morre e transmuda-te": enquanto Não cumpres esse destino, És sobre a terra sombria Qual sombrio peregrino. Como vem da cana o sumo Que os paladares adoça, Flua assim da minha pena, Flua o amor o quanto possa. Poema de Goethe traduzido por Manuel Bandeira. Texto Anterior: O que ler Próximo Texto: Eventos discutem obras do autor Índice |
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