São Paulo, Domingo, 22 de Agosto de 1999 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CANÇÃO DO REI DE THULE Houve um rei de Thule, que era mais fiel do que nenhum rei. A amante, ao morrer, lhe dera um copo de oiro de lei. Era o bem que mais prezava e mais gostava de usar: e quanto mais o esvaziava mais enchia de água o olhar. Quando sentiu que morria, o seu reino inventariou, e tudo quanto possuía, menos o copo, doou. Depois, sentando-se à mesa, fez os vassalos chamar à sala de mais nobreza do castelo, sobre o mar. E ele ergue-se acabrunhado, bebe o último gole então e atira o copo sagrado às ondas que em baixo estão. Viu-o flutuar e afundar-se, que o mar o encheu de seus ais. Sentiu a vista enevoar-se: E não bebeu nunca mais! Poema de Goethe em tradução de Guilherme de Almeida Texto Anterior: A donzela diz: Próximo Texto: Hélio Schwartsman: Subversões de Fausto Índice |
|