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São Paulo, domingo, 23 de março de 2003

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+ poema

Camelódromo

de Guilherme Mansur
1
Cédulas de zero cruzeiro, cordões,
Anéis de ouro e areia, rodos,
Malhas da liberdade, porta-bandeira,
Estojo de geometria, obscura luz, e ainda:
Loucura/razão, dados, ku kka ka kka...
Ô, vais querer um sermão da montanha?

2
Casos de sacos, casa fantasma,
A Árvore do dinheiro, zero centavo,
Mutações geográficas, Cruzeiro do Sul,
Eureka/blindhotland, e ainda:
Lp sal sem carne, três sonidos...
Ô, vais querer um picolé de água?

3
Caixas de Brasília/clareira -
Através -, pastel de pastel, black pentes,
Mebs/caraxia (compacto), fio
E desvio para o vermelho, e ainda:
Linhas do Equador, uma maca...
Ô, vais querer um espelho cego?

4
Coca-cola com decalque, volátil, des-
Aparecimentos, olvido, um sanduíche
Muito branco, imensa, cinza,
Espaços virtuais, ouro e paus, e ainda:
La bruja, ocupações, parla, para Pedro...
Ô, vais querer um marulho?

Guilherme Mansur é poeta, autor de Barroco beat, Tigre do Espelho, 2000

Cildo Meireles é artista plástico, participou da Documenta 11 (2002), em Kassel, e teve um livro sobre sua obra publicado pela editora inglesa Phaidon.


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