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Mostra é a 1ª individual do pintor no Brasil
ERNANE GUIMARÃES NETO
DA REDAÇÃO
A exposição "Matisse
Hoje", na Pinacoteca
do Estado, é uma das
principais iniciativas do
Ano da França no Brasil.
Mais do que a primeira retrospectiva no país dedicada especificamente ao pintor francês, com o apelo popular do nome famoso, a
mostra tem um papel de
"resistência": Henri Matisse (1869-1954) é um contraponto às vanguardas cerebrais ou esquemáticas do
século 20 e continua sendo
uma influência central para
críticos e artistas plásticos,
inclusive no Brasil .
A exposição será aberta
para o público em 5 de setembro. A Pinacoteca abriga também, de 8 a 10 desse
mês, um colóquio internacional em que tais questões
serão debatidas.
Por exemplo, a professora da USP e curadora Sônia
Salzstein apresentará a comunicação "Matisse - Imaginação, Erotismo e Visão
Decorativa", nome semelhante ao do livro que ela
organiza pela Cosac Naify.
Revolução discreta
Emilie Ovaere, curadora
da exposição, falará sobre
"os descendentes abstratos
de Matisse modernos e contemporâneos". Ovaere, que
é curadora-adjunta do Museu Matisse de Cateau-Cambrésis (cidade natal do
artista), defende o pintor da
acusação de conservador
quando comparado a Picasso e outros contemporâneos: "Matisse era menos
heroico ou extravagante.
Era revolucionário, mas
mais reservado".
Um exemplo de técnica
moderna desenvolvida por
Matisse privilegiada pela
curadora é o "papel recortado" -utilizado frequentemente em capas de livros.
A seleção tem cerca de 80
obras de Matisse emprestadas de coleções francesas
-não espere ver "A Dança"- e a participação de artistas contemporâneos em
diálogo com elas.
Ovaere orienta o olhar do
visitante: "Matisse olhou
para coisas simples, que todos podem ver: flores, paisagens, jardins, mulheres,
tecidos. A exposição mostra
que ele tem uma atitude
simples em relação à vida
cotidiana. Não é algo intelectual, é algo que se sente.
É por isso que Matisse é tão
popular; tem uma sensibilidade que é imediata".
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