São Paulo, domingo, 24 de junho de 2001

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Em 2002 a USP iniciará um projeto pioneiro: o curso de Humanidades, interdisciplinar, voltado à formação de pesquisadores. O professor Renato Janine Ribeiro, um dos seus idealizadores, comenta a nova proposta.

Por que um curso de Humanidades?
É hora de criar na universidade pública um curso experimental, sem programa fixo de antemão e, por isso mesmo, mais livre (mas que pagará um preço: seu diploma não habilitará para nenhuma profissão no mercado, somente servindo para continuar fazendo pesquisas, depois de concluída a graduação).
O que ele oferecerá de novo?
A grande novidade é o palpite de que um bom conhecimento de filosofia, literatura e artes possa servir à formação de futuros pesquisadores em ciências humanas e sociais. A filosofia ensina a ler com rigor os conceitos, a literatura e as artes a lidar com as imagens e os sons. A cultura assim será a base para chegar a pesquisas criativas, inovadoras. Hoje, no governo e na universidade, a cultura é a prima pobre da pesquisa, da ciência e tecnologia.
Qual será a sua estrutura curricular?
Nos dois primeiros anos, 20 alunos terão cursos específicos só para eles. Depois circularão pela USP e fora dela, enquanto preparam seus trabalhos de conclusão. Entre os professores de 2002 estarão a antropóloga Maria Lúcia Montes, os críticos Teixeira Coelho e Ivan Teixeira, o economista Gilson Schwartz, Caetano Plastino, de filosofia, além de mim mesmo. Vamos privilegiar as diferenças de enfoque entre as diversas disciplinas. Teremos também uma disciplina adicional, a cada semestre com um novo enfoque, sobre essa mal-amada cidade de São Paulo.
A quem se destina?
O curso não terá vestibular. Para entrar nele, é preciso já estar na graduação da USP, em qualquer curso, e ter concluído o primeiro ano. Vai exigir tempo integral do aluno, que será formado para ser um pesquisador. O curso é para quem tenha curiosidade intensa.


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