São Paulo, domingo, 27 de janeiro de 2002
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+ personagem Depois de vencer os prêmios de melhor romance da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) e da Fundação Biblioteca Nacional pelo livro "Eles Eram Muitos Cavalos", Luiz Ruffato se prepara para lançar neste ano poemas, um ensaio e novos contos. Como você definiria seu livro: romance, conto, "rapsódia"? Entendo-o como romance, mas aceito qualquer outra conceituação. Ele tem uma estrutura móvel que permite vários níveis de leitura e consequentemente de apreensão. Acredito que, se ele tem algum mérito, é o de não se enquadrar em modelos preconcebidos. Fragmentação, violência e coloquialismo fazem lembrar experiências dos anos 70: Ivan Angelo, Loyola Brandão, João Antonio... Você se reconhece em alguma linhagem? Com certeza, o experimentalismo formal de "A Festa", do Ivan Angelo; de "Zero", do Loyola Brandão; de "Essa Terra", do Antônio Torres e da obra do João Antonio (e acrescentaria o vôo alto do Sérgio Sant'Anna) são referências para mim. Meus pés estão fincados na radicalidade estética da década de 70 e a cabeça encharcada das possibilidades oferecidas pelas novas tecnologias. Qual a sua "formação" literária? Tenho cinco autores de cabeceira, que, cada um à sua maneira, contribuíram para a minha "formação": Machado de Assis, Guimarães Rosa, Faulkner, Pirandello e Tchecov. Com Balzac correndo por fora. O que você está escrevendo agora? Neste ano devem sair contos meus em duas antologias (uma da Nova Alexandria, outra da Record) e um pequeno ensaio em comemoração aos 75 anos da revista "Verde". Para o ano que vem estou preparando um novo livro de contos, "Histórias com Paisagem", e finalmente devo desengavetar um livro de poemas, "As Máscaras Singulares". "Histórias com Paisagem" é uma volta à temática e ao cenário dos dois primeiros livros, o proletariado de Cataguases. Texto Anterior: + notas Próximo Texto: + 5 livros Sobre história e literatura Índice |
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