São Paulo, domingo, 30 de junho de 2002

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LITERATURA ANFÍBEA


Escritores adotam uma configuração socioeconômica antiquada do Brasil, que sobrevaloriza o tema da decadência das grandes famílias rurais e ignora as mazelas da pequena burguesia urbana


por Silvano Santiago

Venho de país onde um segmento considerável da população ainda é composto de analfabetos. Isso traz consequências para a literatura e as artes ali produzidas. Nós, escritores, temos considerado que a publicação em livro das obras literárias que imaginamos é tão importante quanto a ação persuasiva que esse livro pode exercer no plano político, caso seja lido pelo restrito grupo social letrado que o consome ou se noticiado ou comentado pelos meios de comunicação de massa. Na falta de melhor explicação descritiva, valho-me de uma metáfora: o nosso sistema literário se assemelha a um rio subterrâneo, que corre da fonte até a foz sem tocar nas margens que, no entanto, o conformam.
Outra consequência do analfabetismo que grassa entre os desprivilegiados, agora associado ao êxito extraordinário da mídia eletrônica, transcende o campo propriamente literário. Da noite para o dia, o escritor se transforma em intelectual de plantão. Alcança o público que o seu livro não tem. O maior drama do analfabetismo no Brasil é o de ter ele servido de adubo para a mídia eletrônica, com o consequente desenraizamento da imprensa escrita. O brasileiro aprendeu a escutar rádio e a ver televisão; poucos sabem ou querem ler. Essa afirmativa desconcertante não recobre apenas a camada dos desprivilegiados; ela virou consenso nacional a partir do golpe militar de 1964.
Se num país de mais de 150 milhões de habitantes é baixíssima a taxa de consumo per capita do livro, já a fala de quem exerce o ofício literário pode ser sintonizada sem graves empecilhos na mídia eletrônica -em especial na televisão educativa e na televisão a cabo, mas não exclusivamente. Concedida aos pares da mídia televisiva, muitas vezes a entrevista serve ao escritor de trampolim para discussões públicas sobre idéias implícitas na obra literária. O livro é raramente apreciado pela leitura. Consome-se a imagem do intelectual, assimilam-se suas idéias, por mais complexas que sejam. Destas deriva um motor civilizacional de baixíssima rotação, que impele o telespectador comum a enfrentar os problemas nacionais, sem ter de se apoiar apenas nas agruras do cotidiano como alicerce para a revolta. Há, por outro lado, um perigoso culto da personalidade a rondar o aprendiz de escritor. Muitos jovens se sentem tão contentes com a imagem pública de intelectual que logo se descuidam do artesanato literário -ou o abandonam de vez.
Se as margens do rio metafórico, a que nos referimos acima, passam ao largo do livro, elas acabam por se aproximar indiretamente dele pelo viés da entrevista.

Não é por coincidência que, na nossa literatura, a classe média só toma consciência da sua situação específica sob a forma de desclassificação social
Continuação da pág. 5 Ela é o modo que o escritor encontrou para poder comunicar-se com um público mais amplo sem perder as prerrogativas excludentes do ofício que abraçou. Ao contrário do que sucede em sociedades com maior taxa de alfabetização e escolaridade, o livro de boa qualidade no Brasil pode ser o móvel da entrevista midiática, mas nunca é o seu fim. Em outras palavras, a programação da venda de livros de boa qualidade no Brasil não passa, ou passa muito pouco, pela mídia eletrônica. Em compensação, idéias de teor revolucionário circulam com mais frequência entre telespectadores brasileiros do que entre telespectadores do Primeiro Mundo. Livro e entrevista, folha de papel e tela, escrita e fala, estamos diante de situações concretas excludentes, que se dão como cúmplices pelo escritor dublê de intelectual e são irreconciliáveis pelo grosso da população. Com o correr das décadas, a prática da literatura no Brasil foi-se revestindo duma capa, ou seja, duma dupla meta ideológica. Ao explorar os meandros da observação direta dos acontecimentos cotidianos ou históricos e ao incentivar a reflexão sobre os observadores privilegiados, nossa literatura tanto configura a carência socioeconômica e educacional da maioria da população do país quanto define, pelo exercício impiedoso da autocrítica, o grupo reduzido e singular que tem exercido de uma forma ou de outra as formas clássicas de mando e governabilidade nas nações da América Latina. Arte e política Por um lado, o trabalho literário busca dramatizar objetivamente a necessidade do resgate dos miseráveis a fim de elevá-los à condição de seres humanos (já não digo à condição de cidadãos) e, por outro lado, procura avançar -pela escolha para personagens da literatura de pessoas do círculo social dos autores- uma análise da burguesia econômica nos seus desacertos e injustiças seculares. Dessa dupla e antípoda tônica ideológica -de que os escritores não conseguem desvencilhar-se em virtude do papel que eles, como vimos, ainda ocupam na esfera pública da sociedade brasileira- advém o caráter anfíbio da nossa produção artística. No século 20, os nossos melhores livros apontam para a arte, ao observar os princípios individualizantes, libertadores e rigorosos da vanguarda estética européia, e ao mesmo tempo apontam para a política, ao querer denunciar pelos recursos literários não só as mazelas oriundas do passado colonial e escravocrata da sociedade brasileira mas também os regimes ditatoriais que assolam a vida republicana. A atividade artística do escritor não se descola da sua influência política; a influência da política sobre o cidadão não se descola da sua atividade artística. O todo se completa numa forma meio que manca na aparência, apenas na aparência. Ao dramatizar os graves problemas da sociedade brasileira no contexto global e os impasses que a nação atravessou e atravessa no plano nacional, a literatura quer, em evidente paradoxo, falar em particular ao cidadão brasileiro responsável. Não são muitos, infelizmente. Como consequência daquela dupla e antípoda tônica ideológica surge um vazio temático na nossa literatura que, a meu ver, acaba sendo preenchido pela grande quantidade de livros de literaturas estrangeiras que são traduzidos e consumidos no Brasil. Temos uma indústria editorial ágil e atualizada e um mercado de livro cosmopolita e guloso de novidades. Na singularidade da nossa indústria editorial e do nosso mercado de livro estão duas razões que justificam a importância que ainda se dá ao artesanato literário entre escritores que, sem a concorrência maciça das literaturas estrangeiras, há muito teriam abandonado a pretensão de fazer arte. O vazio temático se refere à parca dramatização na literatura dos problemas dominantes na classe média, que fica espremida entre os dois extremos da sociedade. A literatura brasileira tem feito caricatura, tem passado por cima da complexidade existencial, social e econômica da pequena burguesia, afiando o gume da sua crítica numa configuração socioeconômica antiquada do país, semelhante à que nos foi legada pelo final do século 19. Se o Brasil republicano alcançou o progresso material, está muito longe do progresso social. Os escritores e intelectuais brasileiros são por demais sensíveis a essa desarmonia. Não é por coincidência que, na nossa literatura, a classe média só toma consciência da sua situação específica sob a forma de desclassificação social. Não é por coincidência que o tema da decadência das grandes famílias rurais percorre o grosso da nossa literatura novecentista, levando alguns críticos a tomarem o título dum romance de Lúcio Cardoso -"A Crônica da Casa Assassinada"- como metáfora e emblema do processo constituinte da classe média urbana no país. São os ricos oligarcas, despossuídos do poder econômico pela industrialização e transformados em funcionários públicos ou profissionais liberais pelo Estado nacional em busca de modernização, que encontram nas ruas das metrópoles os ambiciosos estrangeiros e filhos de estrangeiros, firmes na alavancagem do Brasil industrial. Ex-oligarcas e imigrantes novos ricos, todos associados direta ou indiretamente ao capital estrangeiro, acabam por compor um matizado segmento médio nas grandes cidades, infelizmente pouco presente na nossa melhor literatura.
Tradição e realidade Quando transcende as fronteiras nacionais pela tradução para outros e diversos idiomas, o livro brasileiro sai em busca de novos leitores, diferentes dos que foram configurados por décadas de prática literária espúria e legítima. O caráter anfíbio da nossa produção artística pode parecer -e muitas vezes parece- pouco sedutor aos olhos exigentes de cidadãos do mundo. O olhar cosmopolita se relaciona com o livro pelo viés da notável tradição literária ocidental, e não pelo viés da percepção política da realidade nacional em que se insere o brasileiro e da realidade global em que todos terminamos por nos inserir. O público estrangeiro (e por público estrangeiro estou tentando caracterizar, talvez de maneira canhestra, os leitores que vivem nos países considerados como pertencentes ao Primeiro Mundo) costuma ser radical no seu gosto artístico. Costuma ser radical na sua escolha do livro de literatura que vai comprar. Por isso é pouco propenso a acatar, por um lado, a discussão política na estética e, por outro, os floreios estéticos na política. O leitor estrangeiro cosmopolita, repetimos, costuma ser radical na sua definição dos campos disciplinares. No seu radicalismo generoso, o leitor estrangeiro tem sido duplamente infeliz na avaliação da produção literária brasileira. Ele rejeita a priori as obras que se definem pelo caráter anfíbio. Não servem nem de exemplo de arte nem de exemplo de política. Opta por desmembrar os elementos ambivalentes, constituintes da duplicidade ideológica e temática da literatura brasileira, em elementos isolados, autônomos, com vida própria. Ou arte ou política definem a direção do interesse na hora da compra. Nunca as duas ao mesmo tempo e no mesmo lugar. Arte e política. O híbrido parece-lhe um fantasma. Fantasma que certamente o assombrará -caso seja menos respeitoso das fronteiras nacionais e das convenções disciplinares- no seu próprio cotidiano de habitante do Primeiro Mundo. Como em "Hamlet", o fantasma do híbrido pode sussurrar-lhe no ouvido que "the time is out of joint: Oh cursed spight,/ That ever I was borne to set it right" [O mundo está fora dos eixos. Oh! maldita sorte,/ Por que nasci para colocá-lo em ordem!".

Dupla lucidez
O leitor estrangeiro não quer compreender as razões pelas quais, na literatura brasileira, o legítimo quer ser espúrio a fim de que o espúrio, por sua vez, possa ser legítimo. Sua vontade de leitor não se alicerça na vontade do texto literário. Desta quer distância. Ele quer enxergar o estético na arte e o político na política. Ele quer o que o texto não quer. Ele não deseja o texto que não o deseja. Cada macaco no seu galho, como diz o ditado. Não compreende que o duplo movimento de contaminação que se encontra na boa literatura brasileira não é razão para lamúrias esteticizantes e muito menos para críticas pragmáticas. A contaminação é antes a forma literária pela qual a lucidez se afirma duplamente. A forma literária anfíbia requer a lucidez do criador e também a do leitor, ambos impregnados pela condição precária de cidadãos numa nação dominada pela injustiça.


Não há como criticar os companheiros de letras que optaram pelo caminho da pureza artística num país onde não teriam os livros comprados pelos conterrâneos


Por um lado, o leitor estrangeiro tende a buscar entre os livros de literatura que pretende ler aqueles que denunciam despudoradamente a condição miserável de grande parte da população brasileira. São em geral livros de literatura que pouco se preocupam em satisfazer os mínimos requisitos que transformariam em obra de arte o fato bruto socioeconômico. Estão mais próximos da reportagem jornalística (não confundir esta com a linguagem jornalística, que pode ser notável recurso estilístico) do que da literatura. A brutalidade em si do material representado é motivo para o interesse sentimental pelo Brasil (país das desgraças humanas e das catástrofes civis), para a admiração pelo escritor (a coragem e o destemor na denúncia) e os elogios rasgados ao livro. Não tenhamos ilusão, a brutalidade nua e crua é também motivo para a comiseração do leitor estrangeiro. Antes de tudo, o leitor estrangeiro tem sido um ser de sentimentos cristãos. Isso é bom. Isso passa a ser mau quando ele confunde os bons sentimentos com uma mescla de altruísmo abstrato e filantropia remota ou quando se deixa confundir pela própria bondade, sentindo-se mais desatento aos apelos do mundo e menos deplorável no seu conforto. Sente-se de tal forma imerso nas águas empolgantes da denúncia explorada pelo livro, que se esquece -durante o processo da leitura- de refletir sobre o seu papel, mínimo que seja ele, nessa história que, caso tivesse sido dramatizada com recursos artísticos menos lastimáveis, poderia ter colocado a hipocrisia contra a parede. O leitor de bons sentimentos se alimenta da brutalidade que lhe é transmitida e perde o norte de si mesmo na contundência dela. A brutalidade é o território onde os bons sentimentos do leitor exorcizam o feitiço armado pelo outro subdesenvolvido. Ela não faz parte da dura realidade sua de todos os dias. Se o faz, ele prefere enxergá-la com binóculos: lá longe, entre as capas do livro, num país marginal. Fechado o livro, os bons sentimentos exalam o último suspiro. Por outro lado, há entre nós escritores que são indiferentes à dupla camada ideológica a que nos referimos no início. Curiosamente, é pela indiferença aos problemas da miséria nacional que chegam a encontrar um público cativo no estrangeiro. Não há como criticar os companheiros de letras que optaram pelo caminho da pureza artística num país onde, por esse ou aquele motivo, não teriam os livros comprados pelos conterrâneos. Vestem-se de anacoretas ou ascetas. Sentem-se tentados pela realidade cruel que os assombra a cada dobrar de esquina e buscam, no entanto, a pureza artística. Querem a reencarnação, na obra literária que realizam a duras penas e poucas recompensas financeiras, de uma ética platônica (o bem, o bom, a luz...). O leitor estrangeiro, no seu radicalismo disciplinar, tende a comprar e ler em complemento à obra exclusivamente política, às vezes de teor demagógico, a obra literária pura. Esta dramatiza os pequenos grandes dramas humanos com rigor estilístico e delicadeza psicológica. No seu universalismo e aristocratismo confessos, essa obra é desprovida de qualquer vínculo originário com a cultura de onde brota. Transcende territórios geográficos para se instalar na eternidade do trabalho artístico. Uma cumplicidade de sensibilidade e casta une autor brasileiro e leitor estrangeiro pelo exercício da leitura de livro totalmente comprometido com os valores fortes e tradicionais da literatura ocidental. Na obra de literatura pura brasileira está representado, sob a forma de espelho, o retrato de Dorian Gray. A estilização literária não torna mais agudos os problemas da representação, antes os elidem num passe de mágica artística. O compromisso com o Tempo, com maiúscula, emascula os destemperos do tempo, com minúscula. A eternidade se faz escrita e a escrita literária se faz atemporal. Por desconhecer o seu outro -a política nacional-, o território especificamente literário é amplo e não tem fronteiras estilísticas nem barreiras ideológicas. Escritores brasileiros e estrangeiros, leitores brasileiros e estrangeiros, vivem todos numa comunidade de eleitos, em que domina a pureza dos princípios e valores artísticos. A obra de arte é objeto de comoção e deleite por parte dos iniciados. Isso não é mau para a literatura brasileira, uma literatura que se quer tão nossa contemporânea e sofisticada quanto as demais literaturas desta parte do mundo a que pertencemos. Isso não é mau para os escritores que, tendo feito a opção pelo híbrido, nunca se descuidam do eterno aprendizado do ofício literário.

Otimismo pé-de-boi
Teremos chegado a um impasse? A um desencontro entre livro de boa qualidade brasileiro e leitor estrangeiro? Deveríamos ficar cada um no seu canto, já que idiossincrasias de um grupo contrastam com idiossincrasias do outro grupo? Não acredito. Antes de tudo, é para isso que existem esses encontros culturais, em que territórios e bandeiras nacionais são colocados de lado, e não abandonados, a fim de que nos encaminhemos em direção ao entendimento que se quer comum. Busca-se conhecer melhor uma forma de saber particular -o saber literário na sua forma brasileira- para que funcione ao mesmo tempo como a marca de que cada um de nós busca o conhecimento universal ao se perder a si para se reencontrar na linguagem e na experiência do outro.
Não se trata de alocar aos participantes desse encontro na cidade de Boston, que aqui estão para debater as singularidades das literaturas escritas em língua portuguesa, não se trata de alocar-nos, repito, o otimismo que os grupos dominantes destinam a eles por serem dominadores inquestionáveis. Trata-se antes de ressaltar um otimismo pé-de-boi, para usar a expressão popular. Um otimismo cansativo e suado, trôpego e destemido, polêmico, a ser construído por um e pelo outro, por todos. Importa o processo precário da construção da utopia. O edifício pronto, passível de ser habitado, só existe na terra para os ricos e poderosos e desde sempre no reino dos Céus para todos os humanos.
Caso analisado o processo precário de construção da utopia a que estamos nos referindo, verificar-se-á que ele não é tão diferente do processo de construção da obra literária que vimos classificando de anfíbia ou híbrida. Não há como não se autoclassificar de visionário se você é escritor num país como o Brasil. Visionário significa que você tem visões -no caso literárias e políticas, que significam que a situação socioeconômica e educacional do país não será para sempre a mesma. Ela pode e vai melhorar.
O escritor brasileiro tem a visão da arte como forma de conhecimento, tão legítima quanto as formas de conhecimento de que se sentem únicas possuidoras as ciências exatas e as ciências sociais e humanas. Ele tem também a visão da política como exercício da arte que busca o bom e o justo governo dos povos, dela dissociando a demagogia dos governantes, o populismo dos líderes carismáticos e a força militar dos que buscam a ordem a ferro e fogo.
Arte e política se dão as mãos na literatura brasileira para dizer que educação, como nos alertou Anísio Teixeira nos idos de 1957 (ano em que entrei para a Universidade Federal de Minas Gerais), não é privilégio. Vale a pena relê-lo nesta ocasião: "Quando, na Convenção Francesa, se formulou o ideal de uma educação escolar para todos os cidadãos, não se pensava tanto em universalizar a escola existente, mas em uma nova concepção de sociedade em que privilégios de classe, de dinheiro e de herança não existissem, e o indivíduo pudesse buscar pela escola a sua posição na vida social".
Caso a educação não tivesse sido privilégio de poucos desde os tempos coloniais, talvez tivéssemos podido escrever de outra maneira o panorama da literatura brasileira contemporânea. Talvez o legítimo não tivesse tido necessidade de buscar o espúrio para que este, por seu turno, se tornasse legítimo. Talvez pudéssemos nos ater apenas a dois princípios da estética: o livro de literatura existe "ut delectet e ut moveat" (para deleitar e comover). Pudéssemos nos ater a esses dois princípios e deixar de lado um terceiro princípio: "Ut doceat" (para ensinar).
É esta, e não outra, a maneira como nos toca narrar-lhes neste dia primaveril o panorama da literatura brasileira contemporânea.


Nota
"Anfíbio": adj. [Gr. amphibios, que vive uma vida dupla; amphi-, nos dois lados + bios, vida. (...) 3. que tem duas naturezas ou qualidades; de uma natureza mista." "Webster's Dictionary".



Silviano Santiago é escritor, poeta e crítico de literatura, autor de, entre outros, "Stella Manhattan" (ed. Rocco) e "Nas Malhas da Letra" (Cia. das Letras). Esta palestra foi proferida na Biblioteca John F. Kennedy (Boston), em abril, como parte de uma homenagem ao escritor português José Saramago.


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