São Paulo, domingo, 30 de julho de 2006 |
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"Moda Inviolada" estuda a transformação da música caipira em sertaneja
DANIEL BUARQUE DA REDAÇÃO A aparência atual do gênero está mais para caubói hollywoodiano, o som sai de guitarras, teclados e apresenta batidas eletrônicas, as letras são melosas e românticas. Mas, na origem de toda música sertaneja, estão as duplas de música caipira do início do século. A trajetória do estilo -do surgimento da miscigenação de culturas populares no interior do Brasil à apropriação pela indústria cultural- é analisada em "Moda Inviolada", estudo recém-lançado pelo pesquisador Walter de Sousa. Em entrevista à Folha, o doutorando em ciência da comunicação na Escola de Comunicações e Artes da USP explica o processo de canibalização das tradições pelo mercado de massa e defende a resistência cultural do que ainda resta das origens folclóricas -como a música caipira, estilo híbrido, oscilando eternamente entre o urbano e o rural. FOLHA - Como a indústria cultural absorve a música caipira para transformá-la em sertaneja? WALTER DE SOUSA - É um processo que se iniciou em 1929, quando a música caipira foi gravada pela primeira vez. Cornélio Pires pegou então a música folclórica cantada por duplas no interior e a formatou nos moldes da indústria cultural, limitando o tempo de gravação. Ao perceber que se tratava de um estilo comercialmente atraente, as gravadoras da época passaram a investir na música caipira, mantendo as bases de música folclórica adaptada. FOLHA - Mas essa adaptação ainda
não distorcia o estilo?
FOLHA - O processo se deu naturalmente, vindo dos próprios artistas,
ou foi algo imposto pelo mercado?
FOLHA - O que fica da origem caipira nesse estilo transformado?
FOLHA - E a mudança para um público mais urbano, como se dá?
FOLHA - Essa modernização se contrapõe à idéia do Jeca Tatu, aquele
não se adapta ao progresso?
FOLHA - Qual o lugar social do caipira hoje?
FOLHA - A defesa da tradição é
também nacionalista, em oposição
ao "americanismo" do sertanejo?
FOLHA - O músico sertanejo, então,
não rejeita o caipira como o caipira o
rejeita?
FOLHA - E o caipira permite a evolução do seu estilo ou fica preso à
pureza de origem?
MODA INVIOLADA - UMA HISTÓRIA DA MÚSICA CAIPIRA Autor: Walter de Sousa Editora: Quiron (tel. 0/xx/11/6953-4211) Quanto: R$ 80 (250 págs.) Texto Anterior: + livros: Cravo, canela e pimenta Próximo Texto: Caipira é tema de estudo central Índice |
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