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Chevron omitiu problema no poço que vazava petróleo

Empresa só mencionou incidente que gerou mancha de óleo no mar cinco dias depois de o ter detectado

Petroleira ainda não revelou volume total derramado e motivos de erros de avaliação de pressão no poço

CIRILO JUNIOR
PEDRO SOARES
DO RIO

A Chevron já havia detectado no dia 9 um vazamento de óleo no fundo do poço do campo de Frade, mas só mencionou o problema cinco dias mais tarde. Até então, a empresa afirmava apenas que o óleo escorria por "falhas [fissuras] no fundo do mar" e chegava à superfície da água.

Só na segunda (14), uma semana após o início do vazamento, a petroleira admitiu a possibilidade de que problema no poço que estava sendo perfurado era ligado ao óleo que poluía o mar.

Os primeiros sinais do vazamento foram notados por técnicos de uma plataforma da Petrobras no dia 8 a 4,6 km do local da perfuração. Foi avistada uma mancha de óleo e comunicada à Chevron.

No dia anterior, 7, a Chevron identificara problema no fundo do poço em processo de perfuração, a 2.279 metros de profundidade. A lama usada no processo não tinha peso suficiente para conter a pressão do óleo no reservatório e permitiu que ele subisse pelo canal já perfurado.

O problema é considerado, segundo a empresa, um "incidente" e foi informado à ANP no dia seguinte, no prazo legal. Mas a falha não é necessariamente capaz de gerar vazamento, diz a Chevron.

O óleo, que subiu e se alojou na parte superior do canal, escorreu para a formação rochosa submarina ao lado porque houve ruptura do revestimento do poço, a uma profundidade de 560 metros, acima da área do vazamento. Porosa, a camada de rochas absorveu o óleo e permitiu que fluísse por fissuras localizadas no subsolo marinho.

Essas informações, porém, só foram reveladas na sexta, pelo presidente da companhia no país, George Buck. Segundo o executivo, sua "primeira prioridade" foi a segurança dos empregados e terceirizados envolvidos na operação.

A segunda, disse, era conter o vazamento no fundo do poço -controlado no dia 13, segundo a empresa. O terceiro alvo, afirma, vinha a ser retirar o óleo da superfície.

George Buck disse que não vai fazer "especulações" e só prestará informações já apuradas. Por isso, a empresa não revelou ainda o volume total de óleo vazado, o motivo do erro de avaliação da pressão no fundo do poço e as causas da ruptura do revestimento.

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