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Juro do crédito pessoal é 6 vezes a Selic Média cobrada pelos bancos nesse tipo de empréstimo fica em 68% ao ano; já a taxa básica está em 11,5% ao ano No cheque especial, juro supera 186% ao ano; é preciso saber escolher melhor opção, alertam especialistas CAROLINA MATOSDE SÃO PAULO O consultor financeiro Rubens Tadeu de Castro, 43, decidiu aplicar na vida pessoal os conselhos que dá às companhias de pequeno e médio portes que assessora. Há cerca de um mês, trocou dívidas mais caras -como a do cartão de crédito (juro médio de 10,7% ao mês, 238% ao ano) e a do cheque especial- por outra mais barata. E usou parte do dinheiro emprestado para investir na empresa que possui. "Peguei R$ 70 mil por meio de refinanciamento imobiliário, com taxa de 19% ao ano [1,46% ao mês] em dez anos. Com isso, minha prestação com dívidas, que superava R$ 4.000 por mês, passou para R$ 1.300", diz Castro. Mas ainda são poucos os que fazem essa reestruturação das dívidas pessoais. E menos ainda os que se dão conta de quanto vão pagar de juros ao final do empréstimo. Das linhas de crédito consideradas pelo Banco Central para o cálculo do juro bancário médio -excluindo, portanto, financiamento imobiliário e cartão de crédito-, o cheque especial é a opção mais cara ao consumidor, com taxa de 9,17% ao mês, ou 186,7% ao ano. O crédito pessoal (sem contar o empréstimo consignado, descontado em folha de pagamento) cobra, em média, juro de 4,42% ao mês, ou 68% ao ano -seis vezes o juro básico da economia brasileira (a taxa Selic), que está em 11,5% ao ano e pode chegar a um dígito em 2012. SIMULAÇÕES O quadro ao lado traz simulações de empréstimos de R$ 70 mil por cinco anos -prazo em que Castro pretende quitar sua dívida- em diversas modalidades. São situações hipotéticas, mas que ilustram as variações possíveis nos valores cobrados do cliente ao final do prazo do empréstimo, conforme o tipo de crédito e as taxas de juros de cada uma delas. No crédito pessoal (excluindo o consignado), o valor total a ser pago à instituição financeira salta para R$ 200,6 mil. E se alguém ficasse devendo R$ 70 mil constantemente no cheque especial por cinco anos -caso teórico que dificilmente aconteceria na vida real, pelo valor elevado e o prazo longo- pagaria, ao final, mais de R$ 13 milhões. "Os juros no Brasil são muito punitivos", diz Erasmo Vieira, consultor da Planilhar Planejamento Financeiro. "É preciso saber escolher o tipo de crédito mais adequado ao propósito que se tem, e avaliar se há condições para tomar o empréstimo ou se é melhor adiar a decisão." Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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