Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mercado

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Alta no preço dos imóveis perde fôlego

Do pico de 19% no final de 2009, valorização no país cai para 3,6% na virada deste ano e deve se estabilizar

Para BC e especialistas, não há estouro de 'bolha imobiliária', mas, sim, reequilíbrio entre oferta e demanda

SHEILA D’AMORIM DE BRASÍLIA CLARA ROMAN COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A valorização anual nos preços dos imóveis residenciais no Brasil, que encostou em 20% no fim de 2009, despencou para 3,6% na virada deste ano, segundo dados do Banco Central.

E a expectativa é que se estabilize nesse patamar, afirma o diretor de Fiscalização do BC, Anthero Meirelles.

Apesar da forte desaceleração na alta dos preços, ele diz que a situação não caracteriza o estouro de uma bolha imobiliária. "Quando bolha estoura, o valor vai lá embaixo. Os imóveis no Brasil continuam se valorizando, mas a uma taxa mais razoável."

Para o diretor, o mercado se "reequilibrou" e não há mais uma pressão exagerada nos preços, que, se mantida, poderia representar riscos ao sistema financeiro.

"Talvez se a valorização se mantivesse em 20% [ao ano] por muito tempo, fosse difícil de sustentar", afirmou.

A alta nos preços dos imóveis foi mais significativa entre 2007 e 2010. A taxa quase dobrou, passando de 10%, em dezembro de 2006, para 19% no início de 2010.

DESEQUILÍBRIO

Segundo especialistas, a valorização é explicada pela alta demanda, pelo aumento da renda no país e pela falta de capacidade das construtoras de responder à velocidade do crescimento da procura por imóveis.

"Não tinha mão de obra, não tinha engenheiro suficiente. A estrutura não era adequada para o nível de demanda que se apresentou", diz Cláudio Bernardes, presidente do Secovi (Sindicato da Habitação de São Paulo).

O diretor do BC ainda cita como incentivo ao mercado a adoção de instrumentos legais que facilitaram a recuperação dos imóveis em caso de calote nos financiamentos.

Segundo o coordenador do núcleo de mercado imobiliário da Universidade de São Paulo, João da Rocha Lima Júnior, aos poucos o mercado se adaptou à demanda existente. "Uma gordura de preços se esvaiu", diz.

"Estamos entrando em uma normalidade dentro de um novo patamar", afirma Bernardes, do Secovi.

O ciclo de desaceleração nos preços dos imóveis começou em 2010, mas as taxas continuaram em patamar elevado -naquele ano, a menor valorização registrada foi de cerca de 16%, em dezembro.

Em 2011 e 2012, o declínio foi acentuado, batendo em 4,1% em dezembro passado e recuando ainda mais, para 3,6%, em janeiro deste ano.

Os números referem-se ao IVG-R (índice de valores de garantia dos imóveis residenciais financiados), do BC, formado a partir do preço dos imóveis que servem de garantia nos financiamentos.

O mercado imobiliário ganhou relevância para o BC nos últimos anos, sobretudo em razão do crescimento dos financiamentos para a compra de imóveis.

Para o governo, os empréstimos habitacionais devem sustentar, cada vez mais, o mercado de crédito.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página