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Ações de empresa de petróleo de Eike caem 61% no ano

Após rebaixamento por agência de classificação de risco, papéis da OGX recuam 22,9% em dois dias e valem R$ 1,71

Prejuízos e metas de produção não cumpridas frustram investidor; companhia pagará mais por crédito

DENISE LUNA DO RIO TONI SCIARRETTA DE SÃO PAULO

Rebaixada pela agência de classificação de risco Standard & Poor's, a petrolífera OGX, do grupo do empresário Eike Batista, continua a sofrer na Bolsa. Em dois dias, as ações recuaram 22,9%. Ontem, fecharam em R$ 1,71.

Ex-queridinha do mercado, a OGX perdeu 61% do valor em 2013. Ainda em fase pré-operacional, quando era só um projeto no papel, tornou-se alternativa à Petrobras para os investidores que acreditavam no pré-sal, mas não queriam assumir o risco de ingerência política na estatal.

Chegou a valer R$ 23,27 em outubro de 2010, época da megacapitalização de R$ 120 bilhões da Petrobras.

O inferno astral veio no ano passado, depois de não cumprir as metas de produção prometidas. A empresa havia anunciado que produziria 15 mil barris de petróleo por dia em apenas um poço. Depois a estimativa foi reduzida para 5.000 barris, o que provocou a queda do então diretor-geral Paulo Mendonça.

O efeito sobre as ações foi imediato, com queda de 50% em uma semana.

A decepção aumentou na semana passada, quando a empresa divulgou o balanço de 2012. Além de registrar o dobro do prejuízo, assinalava perda de R$ 700 milhões em poços secos -perfurações que não deram em nada.

ESPECULAÇÃO

Diante das perspectivas, a S&P rebaixou a nota da empresa de "B" para "B-", com perspectiva de novo corte.

Tudo isso deu munição a especuladores que apostam na desvalorização das ações, as quais viraram alvo de operação conhecida como venda a descoberto ("short selling"). O investidor aluga a ação, vende e espera o preço cair; depois compra por um valor menor, devolve a ação, paga o aluguel e embolsa o lucro.

As ações ficam cada vez mais perto das projeções do Bank of America/Merrill Lynch de um preço-alvo de R$ 1.

Na avaliação da corretora Ativa, a empresa vai pagar cada vez mais para se financiar.

"Devido à fraca performance operacional e à consequente geração de caixa abaixo das expectativas, a OGX deverá ser obrigada a captar mais recursos já no próximo ano", disse Ricardo Correia, da corretora Ativa.

O endividamento do grupo de Eike aumenta a desconfiança criada em torno das empresas, segundo o chefe de análise da corretora SLW, Pedro Galdi.

"Ninguém sabe se Eike deu como garantia dos empréstimos as ações da empresa, não fica claro quanto cada banco tem de exposição. Vai que os bancos resolvem executar as garantias", diz Galdi, prevendo desvalorização ainda maior do papéis.

Segundo Galdi, já é hora de discutir a retirada da OGX do Ibovespa. "O papel é muito especulativo e vem contaminando o índice. Não tem mais como defender o fundamento dos projetos da OGX."


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