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Mantega diz que juros podem subir para evitar contaminação de preços

Ministro afirma que aumento da Selic contém expectativas de alta da inflação e inibe reajustes

Apesar do discurso pró-juros, Fazenda diz que decisão é do BC, que faz, na semana que vem, reunião para definir taxa

MARIANA CARNEIRO DE SÃO PAULO

O ministro Guido Mantega (Fazenda) deu sinais, ontem, de que a taxa de juros poderá subir para conter as expectativas de aumento da inflação e para inibir reajustes em outros setores da economia.

A avaliação de Mantega é que os preços estão sendo influenciados por aumentos temporários de alimentos, que devem refluir com o fim do período de chuvas.

Mas, indicou, é preciso agir para evitar que esse movimento se propague. "Inflação de alimentos não se resolve com juros, porém expectativas se resolvem com juros."

"O que nós temos hoje é que, com essa elevação pontual e localizada da inflação [nos alimentos], você pode correr o risco de uma contaminação para setores que não têm aumentos de custos e que queiram aumentar os preços. Então você tem que dar uma sinalização de que os preços não vão continuar subindo."

Mantega enfatizou que o governo está atento à aceleração da inflação, uma vez que ela afeta as pessoas de renda mais baixa e atrapalha investimentos.

"Não titubeamos em tomar medidas, inclusive as consideradas não populares, como a elevação da taxa de juros, quando isso é necessário", disse, durante evento da revista "Brasileiros".

Apesar do discurso pró-juros, o ministro ressaltou que a decisão sobre a taxa é do Banco Central.

No Rio, o presidente do BC, Alexandre Tombini, reforçou o discurso contra a inflação.

"O que temos dito é que não há e não haverá tolerância com a inflação. Estamos monitorando atentamente todos os indicadores", disse.

MERCADO CRÊ EM ALTA

Os discursos foram interpretados como sinal verde para a alta da taxa, hoje em 7,25% ao ano.

Nos contratos de juros futuros para janeiro de 2014, negociados na BM&F, a taxa fechou em 8,17%. Como reflexo, o dólar encerrou o dia em queda, a R$ 1,967.

A próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC, que define a taxa Selic, está marcada para a semana que vem, e a Folha apurou que o governo já trabalha com alta dos juros em abril.

Mas analistas ainda têm dúvidas sobre quando o BC tomará essa decisão.

Para o economista-chefe do Bradesco, Octavio de Barros, o BC subirá os juros para 8,25% neste ano, mas só a partir de maio. Um dos motivos é esperar mais informações sobre a recuperação do crescimento econômico.

Ontem, o BC revelou que a atividade caiu em fevereiro.


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