Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mercado

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Para formulador do Plano Real, Brasil deve repensar crescimento

Países estão reagindo "com desespero" à crise, diz Lara Resende

MARIANA CARNEIRO DE SÃO PAULO

Um dos formuladores do Plano Real, o economista André Lara Resende afirmou ontem que o Brasil não deve ficar alheio ao debate sobre os motivos que provocaram a crise nos países desenvolvidos e sobre as receitas contra a estagnação econômica.

Em palestra para economistas e estudantes no Insper, por ocasião do lançamento de seu livro "Os Limites do Possível" (Portfólio/Penguin), Resende afirmou que os brasileiros devem entender os problemas que estão na gênese da turbulência e buscar caminho alternativo.

Ele disse que, no passado, chegou a pensar que os problemas éticos da riqueza deveriam ser debatidos apenas quando o país alcançasse o desenvolvimento econômico.

"Hoje, eu diria que não concordo [com essa afirmação]. Acho que o Brasil não deve percorrer o caminho que foi percorrido, deve procurar um caminho alternativo. Deve entender já esses problemas", afirmou.

ESGOTAMENTO

Para Resende, a crise de 2008 "não é mais uma crise", pois revela um esgotamento do próprio modelo de crescimento econômico.

Os países desenvolvidos, diz ele, perderam seus motores de propulsão --o crescimento da população e a transformação tecnológica. Entretanto, concluíram que a estagnação é resultado da má gestão da economia.

"Isso leva a uma reação de desespero, do vamos crescer de qualquer forma'. Injetam na economia estímulos essencialmente de demanda, quando a demanda está esgotada, com riscos grandes de provocar todos os tipos de distorção e crises futuras muito graves", afirmou.

Tanto a saída via estímulos monetários (como adotado nos EUA e no Japão) quanto a dos incentivos patrocinados pelo Estado (como a tentativa brasileira de recuperar o crescimento) foram alvo de críticas de Resende.

Sem falar explicitamente do Brasil, o economista disse que os estímulos com gastos públicos têm força multiplicadora menor em economias abertas. "É altamente questionável. Gastam-se recursos públicos para estimular a demanda em países de quem se está importando", afirmou.

Desde 2010, quando o Brasil saiu da primeira fase da crise mundial, as importações crescem amparadas no aumento da renda interna e abocanham mercado da indústria local, que sofre com altos custos de produção.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página