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Outro lado

Deloitte afirma que foi induzida a erro

Empresa de auditoria, uma das principais do país, diz que ainda não foi notificada oficialmente pelo BC

DE SÃO PAULO

Procurada pela Folha, a Deloitte, uma das principais empresas de auditoria do país, não quis comentar por que não foi notificada oficialmente pelo Banco Central sobre possíveis sanções no processo que apurou as supostas omissões da empresa no caso PanAmericano.

A empresa disse estar impedida de comentar sua atuação devido a uma cláusula de confidencialidade com o banco. A empresa afirmou que se colocou à disposição das autoridades para cooperar com as apurações.

Em sua defesa ao BC, a Deloitte disse que seus auditores foram vítimas de uma fraude orquestrada para despistar os controles externos e a fiscalização do BC.

Portanto, ainda segundo ela, foi induzida a erro pela gestão fraudulenta do banco.

Às autoridades reguladoras, a empresa de auditoria explicou que não fez ressalvas no balanço porque implementou um teste alternativo.

Diante da falta de respostas dos bancos para os quais enviou cartas pedindo informações das carteiras de crédito negociadas com o PanAmericano, a Deloitte disse ter escolhido uma amostra dessas carteiras para checar se os negócios foram realizados.

Nessa amostra, a auditoria teria identificado, por exemplo, pagamentos feitos pelos próprios clientes devedores ou a existência do bem alienado. Escolheu ainda devedores para conferir se tinham feito contratos de arrendamento ou financiamento de veículos.

Por esse método, nenhuma irregularidade teria sido detectada e, por isso, a Deloitte julgou ser desnecessário fazer ressalvas no balanço de junho de 2010, principal foco das atenções do BC.

Procurado, José Barbosa da Silva Junior, que assinou o referido balanço, disse que não poderia se manifestar pelos mesmos motivos apresentados pela Deloitte.

A Folha apurou que os acusados deverão recorrer da decisão no próprio Banco Central. Caso o recurso seja negado, poderão ir ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional, conhecido como "conselhinho".

Enquanto o recurso estiver em curso, os auditores poderão continuar exercendo suas funções em instituições financeiras. A inabilitação só valerá após serem esgotados os recursos.

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