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AES Eletropaulo quer térmica antiapagão Proposta não agrada o governo, mas tese é criar diferenciais para regiões populosas DE SÃO PAULOO Grupo AES Brasil, que controla a distribuidora Eletropaulo, propôs ao Ministério de Minas e Energia a construção de uma térmica antiapagão, em São Paulo. A Folha apurou que o assunto não entusiasmou o governo. A ideia do projeto é viabilizar leilões regionais de geração de energia. A oferta dessa energia não ficaria apenas disponível ao SIN (Sistema Interligado Nacional), mas poderia ser usada também para restabelecer o fornecimento numa emergência. Esse gerador teria o direito de acionar a termelétrica a fim de retomar o fornecimento de energia para uma região importante, como a Grande São Paulo, num eventual apagão, a exemplo do que ocorreu em novembro de 2009. Na ocasião, problemas na linha de transmissão de Furnas, que traz a energia de Itaipu para a região Sudeste do país, provocaram o desligamento em cadeia -18 Estados ficaram no escuro. "A Eletropaulo levou entre cinco e seis horas para restabelecer o sistema. Se tivéssemos uma termelétrica, poderíamos ligá-la e, assim, retomar o fornecimento num prazo menor de tempo", afirma Britaldo Soares, presidente da AES Brasil. O plano da AES é incluir seu projeto Termo São Paulo, uma usina térmica a gás natural de 550 MW de capacidade instalada, num leilão de energia regional. A usina será construída em Canas, cidade do Vale do Paraíba, distante 200 quilômetros da capital. O investimento estimado no projeto é de R$ 1,1 bilhão. A obra pode atender uma antiga exigência do contrato de concessão das usinas hidrelétricas de São Paulo, segundo a qual o concessionário (no caso, a AES Tietê) estava obrigado a elevar em 15% a capacidade instalada em geração no Estado. A AES Eletropaulo promete cumprir essa exigência, mas quer aproveitar para dar ao projeto uma finalidade à distribuidora. A concessionária, alvo de críticas quanto à qualidade do serviço, diz que é frequentemente acusada de problemas sobre os quais não tem responsabilidade (como no mega-apagão de 2009). Com uma usina própria autorizada a gerar energia em momentos emergenciais, a distribuidora poderia ter condições de retomar o fornecimento em prazo menor. A AES acredita que áreas com grande densidade demográfica deveriam ter tratamento especial. (AB) Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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