Varejo americano adianta as promoções

Em uma tentativa de incentivar o consumo das famílias americanas, o varejo adiantou as promoções da Sexta-Feira Negra, amanhã.

A tradicional megaliquidação que sucede o feriado de Ação de Graças costuma ser o dia mais movimentado do ano para o comércio. Nesse dia, consumidores fazem filas desde as 5h em grandes lojas, à caça de pechinchas.

A estratégia de adiantar a promoção é adotada principalmente nas vendas on-line, setor está oferecendo condições especiais para as aquisições via celular.

A Amazon anuncia desde o início da semana descontos de até 74%. Os produtos em liquidação variam, assim como o percentual da redução. No site da Macy's, as promoções começaram ontem.

O consumidor brasileiro que não está nos Estados Unidos tem dificuldade para aproveitar o saldão americano, no entanto. Muitos eletrônicos, como os produtos da Apple, não são despachados para o Brasil.

Quando a entrega é permitida, o frete e o imposto de importação mais que dobram o preço final. A versão internacional do novo Kindle (leitor digital), por exemplo, é vendida na Amazon por US$ 109 (o produto não entrou em liquidação). O frete para o Brasil sai por US$ 21,98 e o imposto de importação supera o valor do eletrônico:

US$ 124,59, o que joga o preço para US$ 255,57.

COMPRA VIA CELULAR

Segundo estudo da IBM Coremetrics reportado pelo "New York Times", as compras feitas por aparelhos móveis têm aumentado nos EUA -passaram de 3% do total em outubro de 2010 para 10% no mês passado.

O site Gilt Groupe, que reúne produtos e serviços de luxo, anunciou que começará a liquidação mais cedo para os consumidores que decidirem comprar por celular. Para esses, a Sexta-Feira Negra começará às 6h.

O Rue La La, especializado em venda on-line para consumidores cadastrados, começará a oferecer os descontos exclusivos para aparelhos móveis ainda hoje.

DESEMPENHO POSITIVO

O varejo dos EUA registra desempenho favorável. Em outubro, as vendas do setor cresceram 0,5% -em setembro o avanço foi de 1,1%.

"A temporada de compras de final de ano começa forte, apesar do crescimento lento do emprego, da riqueza em declínio, do baixo nível de poupança e do crédito apertado", resume relatório do Bank of America Merrill Lynch.

Outra análise, elaborada pela Bain & Company, aposta em resultado positivo também para o segmento luxo.

Claudia D'Arpizio, parceira da consultoria, diz que turistas, inclusive os brasileiros, beneficiam as vendas nos EUA, embora não sejam ainda fator primordial, como já ocorre em cidades europeias.