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Aplicativo tira receita de teles com torpedos

Efeito de serviço que permite troca ilimitada de SMS é semelhante ao que o Skype provocou sobre a telefonia fixa

Analistas advertem para o risco de abalo de uma das maiores fontes de renda do setor de telecomunicações

TIM BRADSHAW
DO "FINANCIAL TIMES"

É um sucesso de 99 centavos de dólar que pouca gente conhece no mercado de celulares inteligentes. O WhatsApp Messenger, aplicativo que permite mensagens de texto em volume ilimitado entre os usuários do serviço, teve sobre os serviços de SMS de celulares um efeito semelhante ao que o Skype exerceu sobre a telefonia fixa.

O WhatsApp Messenger se tornou um dos mais vendidos aplicativos para o iPhone, o Android e o Blackberry em dezenas de mercados, e sem gastar um centavo em promoção ou publicidade.

Analistas e operadoras de telefonia móvel,no entanto, dizem que ele abala uma das maiores fontes de receita do setor de telecomunicações.

"O produto é provavelmente maior do que somos como companhia", disse o cofundador do WhatsApp Jan Koum ao "Financial Times", em sua primeira entrevista a um jornal. "Mas nossas personalidades não são do tipo que procura atrair atenção."

Essa atitude difere imensamente do clima que prevalece no Vale do Silício, o lar da Whatsapp, onde novos aplicativos são lançados com muito alarde e companhias obtêm milhões de dólares em capital antes mesmo de lançar um produto.

Koum e seu sócio Brian Acton -eles ficaram amigos quando trabalhavam para o Yahoo!, em 1997, e são um pouco mais velhos que o típico jovem gênio da tecnologia- afirmam preferir se preocupar com a qualidade da experiência oferecida aos usuários.

No mês passado, a WhatsApp anunciou discretamente que seus usuários haviam trocado 1 bilhão de mensagens em um dia. Desde seu lançamento, em 2009, o WhatsApp lentamente cresceu por divulgação pessoal e o mesmo simples mecanismo viral que propeliu a ascensão do Skype: para usar o serviço, tanto o destinatário como o remetente precisam dispor do aplicativo.

Depois de chegar ao milhão de usuários no fim de 2009, o número de downloads do WhatsApp decuplicou em 2010. A empresa não revela seu número atual de assinantes, mas analistas presumem que já seja de dezenas de milhões de usuários.

E o sucesso vem tendo alcance mundial. Na App Store da Apple britânica, onde o aplicativo custa 69 pence, ele raramente esteve fora da lista dos dez mais vendidos de dezembro de 2009 em diante -e desde junho vem mantendo o primeiro posto.

Nos Estados Unidos, o crescimento vem sendo mais lento, mas o aplicativo está entre os 20 mais vendidos desde o segundo trimestre de 2010. Mas ele é o aplicativo mais vendido para o iPhone em 61 países, entre os quais Alemanha, Índia, Indonésia, Turquia, Brasil, Quênia e Taiwan.

Também está entre os dez aplicativos de maior faturamento para o iPhone em 47 países, em companhia de produtos muito mais conhecidos ou caros, como o Zynga Poker e o sistema de navegação da TomTom, que custa 50 libras.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

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