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Sindicatos se multiplicam e centrais redistribuem as forças partidárias

Grupos ligados a PCdoB, PSD, PSTU e PSOL aumentaram mais rapidamente de 2008 a 2012

CUT (ligada ao PT) e Força Sindical (PDT) continuam líderes, porém, com mais de um terço das entidades

FERNANDA ODILLA DE BRASILIA CLAUDIA ROLLI DE SÃO PAULO

Impulsionado por cifras cada vez mais robustas arrecadadas com trabalhadores e patrões, o movimento sindical brasileiro passa por acelerada transformação.

Nos últimos quatro anos, o número de sindicatos credenciados no Ministério do Trabalho e Emprego cresceu 54%, processo que foi acompanhado por um aumento das entidades associadas às centrais e por uma redistribuição de forças partidárias no movimento sindical.

Grupos ligados a PCdoB, PSD, PSTU e PSOL são os que mais ganharam espaço e representatividade entre os trabalhadores de 2008 a 2012.

A CUT (Central Única dos Trabalhadores), aliada histórica do PT, e a Força Sindical, comandada por sindicalistas ligados ao PDT, continuam como as maiores centrais: representam mais de um terço de 9.700 entidades.

Juntas, as duas centrais abocanharam no ano passado 60% dos R$ 141,4 milhões da contribuição sindical.

No entanto, números do ministério mostram que quem mais cresceu proporcionalmente, nos últimos quatro anos, foram a CSP-Conlutas (Coordenação Nacional de Lutas), ligada ao PSTU e ao PSOL; a CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), presidida por um filiado ao PCdoB, e a UGT (União Geral dos Trabalhadores), comandada por um integrante do PSD.

A CTB pulou de 144 sindicatos, em 2008, para 565, em 2012, o que lhe garantiu um aumento de cerca de 170% dos recursos repassados via contribuição sindical nesse período. A entidade recebeu R$ 8,9 milhões em 2012. Dois dos principais sindicatos em sua base são o dos metroviários de São Paulo e o dos metalúrgicos de Betim (MG).

MAIS AO CENTRO

A UGT não apoiou formalmente a eleição de Dilma Rousseff em 2010, mas foi chamada pela presidente para uma audiência individual neste ano -algo raro.

Dilma tem interesse em agregar o PSD, partido fundado por Kassab, à sua base aliada, para garantir seu apoio no próximo pleito.

A central passou de 376 sindicatos em 2008 para 1.046 no ano passado, tendo crescido principalmente entre os comerciários de São Paulo e do Nordeste.

Para expandir sua base, a UGT mira categorias e sindicatos mais ligados ao setor de serviços, enquanto as principais centrais, CUT e Força Sindical, lideram a representação entre sindicatos como metalúrgicos e bancários.

O forte consumo interno, catapultado pelo Bolsa Família e pelo aumento da renda dos trabalhadores, aumenta o poder de barganha de categorias como a dos comerciários, diz o cientista político Rudá Ricci.

Sindicalistas da Força Sindical ligados aos comerciários também buscam aumentar sua representatividade nas entidades em que atuam.

RADICAL

Única opositora declarada do governo federal, a CSP-Conlutas aumentou em mais de 550% o número de entidades associadas, mas continua sem direito a receber a contribuição sindical, por não atingir o índice mínimo de representatividade necessário.

A central adotou uma estratégia de disputas mais acirradas -e até conflitos diretos- nas relações trabalhistas. É responsável pelas paralisações em obras de infraestrutura, como na usina hidrelétrica de Belo Monte (PA) e na fábrica da GM (General Motors) em São José dos Campos (leia textos abaixo).

Criada no governo Vargas, a contribuição sindical equivale a um dia de salário, descontado de todos os trabalhadores com carteira assinada (filiados ou não a sindicatos); 10% são passados às centrais.

Neste ano, o governo estima que o montante a ser partilhado entre as centrais será 10% maior do que em 2012.

Neste ano, CUT, Força Sindical, UGT, CTB e Nova Central Sindical (NCST) são as centrais que, por atingir o índice de representatividade, têm direito a receber os recursos da contribuição e a disputar cadeiras em assentos de conselhos -como o do FGTS e o do FAT- para participar de negociações.


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