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Prejuízo da Chevron já chega a US$ 40 mi

Valor não inclui multas e indenizações que a petroleira poderá pagar devido ao vazamento na bacia de Campos

Desde o início do vazamento de óleo, no dia 7, a companhia perdeu US$ 30 bi
em valor na Bolsa

CIRILO JUNIOR
DO RIO
Divulgação- 18.nov.11/Governo do Estado do rio de Janeiro
Barco trabalha na contenção do petróleo que vazou de poço da Chevron no campo de Frade, na bacia de Campos, no Rio
Barco trabalha na contenção do petróleo que vazou de poço da Chevron no campo de Frade, na bacia de Campos, no Rio

A Chevron vai amargar um prejuízo de pelo menos US$ 40 milhões com o fechamento do poço responsável pelo vazamento de petróleo no campo de Frade, na bacia de Campos, no norte do Rio.

O valor, estimado pela empresa, é baseado principalmente no que foi gasto com a perfuração do poço, iniciada há quase um mês, até o acidente do último dia 7, que fez com que a Chevron abandonasse o trabalho e iniciasse a cimentação da área.

A empresa gastava, diariamente, cerca de R$ 800 mil com o aluguel da sonda Sedco 706, que pertence à Transocean. A locação do equipamento é o item mais caro no processo de perfuração.

As perdas da petroleira não param por aí. Desde o acidente no poço, o valor de mercado despenca.

Segundo a consultoria Economática, desde o dia 8 a Chevron teve desvalorização de US$ 30 bilhões -o valor de mercado (soma do preços das ações n Bolsa) caiu de US$ 216,8 bilhões para US$ 186,7 bilhões na última quarta-feira (ontem foi feriado de Ação de Graças nos EUA).

PUNIÇÕES

A conta dos prejuízos da petroleira Chevron com o vazamento aumenta quando se incluem as punições que foram aplicadas pelas autoridades brasileiras.

O Ibama multou a petroleira em R$ 50 milhões e pode cobrar mais R$ 10 milhões, caso seja comprovado que a empresa não deu a resposta devida ao acidente.

A ANP autuou a empresa por falhas técnicas na perfuração do poço e por negligência no combate ao vazamento de óleo no mar.

O valor ainda não foi estimado, mas pode chegar a

R$ 100 milhões.

O governo do Rio vai entrar com ação civil pública cobrando mais R$ 100 milhões para reparações ambientais em razão do acidente.

Além disso, a ANP decidiu proibir a empresa de perfurar no país até que todas as questões relativas ao acidente estejam esclarecidas.

A medida da agência tem pouco valor prático, já que a própria petroleira tinha decidido suspender as perfurações na área de Frade logo após o vazamento.

A medida da ANP não atinge os poços já em produção -a perfuração é uma fase anterior do processo.

Os 11 poços da empresa em atividade na região produzem, em média, 80 mil barris de petróleo e gás por dia.

AUDIÊNCIA PÚBLICA

Em audiência pública na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), o supervisor de meio ambiente da Chevron Brasil, Luiz Pimenta, negou ontem que tenha editado as imagens do vazamento para mascarar a gravidade do problema.

A empresa entregou ao Inea (Instituto Estadual do Ambiente) 11 DVDs com as filmagens feitas desde o início do acidente.

Pimenta afirmou a parlamentares que em nenhum momento a companhia omitiu informações a autoridades brasileiras.

Ele negou também que o acidente tenha sido causado por uma busca indevida pela camada pré-sal na região.

O supervisor disse que o estudo de sísmica não mostrava fissuras na área de exploração.

Segundo Pimenta, ainda há vazamento residual de óleo e não há perspectiva de quando ele será definitivamente estancado.

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