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Prejuízo da Chevron já chega a US$ 40 mi Valor não inclui multas e indenizações que a petroleira poderá pagar devido ao vazamento na bacia de Campos
Desde o início do vazamento de óleo, no dia 7, a companhia perdeu US$ 30 bi DO RIO
A Chevron vai amargar um prejuízo de pelo menos US$ 40 milhões com o fechamento do poço responsável pelo vazamento de petróleo no campo de Frade, na bacia de Campos, no norte do Rio. O valor, estimado pela empresa, é baseado principalmente no que foi gasto com a perfuração do poço, iniciada há quase um mês, até o acidente do último dia 7, que fez com que a Chevron abandonasse o trabalho e iniciasse a cimentação da área. A empresa gastava, diariamente, cerca de R$ 800 mil com o aluguel da sonda Sedco 706, que pertence à Transocean. A locação do equipamento é o item mais caro no processo de perfuração. As perdas da petroleira não param por aí. Desde o acidente no poço, o valor de mercado despenca. Segundo a consultoria Economática, desde o dia 8 a Chevron teve desvalorização de US$ 30 bilhões -o valor de mercado (soma do preços das ações n Bolsa) caiu de US$ 216,8 bilhões para US$ 186,7 bilhões na última quarta-feira (ontem foi feriado de Ação de Graças nos EUA). PUNIÇÕES A conta dos prejuízos da petroleira Chevron com o vazamento aumenta quando se incluem as punições que foram aplicadas pelas autoridades brasileiras. O Ibama multou a petroleira em R$ 50 milhões e pode cobrar mais R$ 10 milhões, caso seja comprovado que a empresa não deu a resposta devida ao acidente. A ANP autuou a empresa por falhas técnicas na perfuração do poço e por negligência no combate ao vazamento de óleo no mar. O valor ainda não foi estimado, mas pode chegar a R$ 100 milhões. O governo do Rio vai entrar com ação civil pública cobrando mais R$ 100 milhões para reparações ambientais em razão do acidente. Além disso, a ANP decidiu proibir a empresa de perfurar no país até que todas as questões relativas ao acidente estejam esclarecidas. A medida da agência tem pouco valor prático, já que a própria petroleira tinha decidido suspender as perfurações na área de Frade logo após o vazamento. A medida da ANP não atinge os poços já em produção -a perfuração é uma fase anterior do processo. Os 11 poços da empresa em atividade na região produzem, em média, 80 mil barris de petróleo e gás por dia. AUDIÊNCIA PÚBLICA Em audiência pública na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), o supervisor de meio ambiente da Chevron Brasil, Luiz Pimenta, negou ontem que tenha editado as imagens do vazamento para mascarar a gravidade do problema. A empresa entregou ao Inea (Instituto Estadual do Ambiente) 11 DVDs com as filmagens feitas desde o início do acidente. Pimenta afirmou a parlamentares que em nenhum momento a companhia omitiu informações a autoridades brasileiras. Ele negou também que o acidente tenha sido causado por uma busca indevida pela camada pré-sal na região. O supervisor disse que o estudo de sísmica não mostrava fissuras na área de exploração. Segundo Pimenta, ainda há vazamento residual de óleo e não há perspectiva de quando ele será definitivamente estancado. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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