Sexta-Feira Negra chega a loja brasileira

A Sexta-Feira Negra chega hoje às lojas brasileiras. Duas redes varejistas do país

-Extra e Americanas- abrirão as portas para vender produtos com elevados descontos, nos moldes da liquidação americana "Black Friday".

Essa é a primeira vez que a promoção é feita em lojas físicas no Brasil. No ano passado, os descontos da liquidação ficaram restritos ao comércio eletrônico, que foi surpreendido pelo resultado e preparou uma campanha mais agressiva para hoje.

Dezenas de varejistas on-line, como Walmart, Ponto Frio, Carrefour e Magazine Luiza, cortarão seus preços em até 80% -caso do Submarino- para atrair clientes às vésperas do Natal.

Para Claudio Felisoni, especialista em varejo da FIA (Fundação Instituto de Administração), a campanha é sinal de preocupação com a desaceleração das vendas no varejo. Em janeiro, elas cresceram 8% em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo o IBGE.

Em setembro, último dado disponível, o aumento foi de 5%. "Os varejistas estão percebendo que vale a pena se antecipar ao Natal. Se o bolo fica menor, é preciso ser mais rápido para pegar a sua fatia", afirma o consultor.

Felisoni também vê nessas promoções uma tentativa das redes de criar mais uma data de pico de consumo, como o Dia das Mães e o Natal.

"A 'Black Friday' não é um elemento da nossa cultura, mas pode vir a ser, se consolidar em um evento", diz.

OFERTAS

As lojas do Extra, em todo o país, abrem as portas às 4h com descontos de até 70% em centenas de itens. Na Americanas, a promoção envolve todas as lojas, mas a empresa não informou o percentual máximo de desconto.

Mas é na internet que a "Black Friday" tem mais força. Varejistas que já aderiram ao movimento em 2010 estão incrementando a promoção. O Walmart, por exemplo, ampliou de 50 para 250 o número de itens vendidos com desconto de até 70% na internet.

O site Busca Descontos agregará 50 lojas virtuais nesta Sexta-Feira Negra, de gigantes, como Saraiva, a pequenos varejistas que oferecerão, no mínimo, 30% de desconto. Até ontem, 3,5 milhões de pessoas haviam se cadastrado no Busca Descontos para acessar as ofertas.

"Esperamos faturamento de R$ 15 milhões em um único dia, ante R$ 3 milhões em 2010", diz Pedro Eugenio, CEO do Busca Descontos.

O consumidor pode também aproveitar algumas ofertas dos EUA. No site da Amazon, há produtos em oferta disponíveis para compra pelo internauta brasileiro, como livros e aplicativos para celulares que rodam o sistema operacional Android.