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Aumentam empregos para moradores

Salta de 10% para 21% nos últimos dois anos a parcela dos que não precisam sair de Paraisópolis para trabalhar

35% dos moradores são jovens de 15 a 29 anos; muitos conseguiram emprego perto de casa pela primeira vez

DE SÃO PAULO

Para organizar melhor a rotina e ter mais tempo para a filha pequena, trabalhar a cinco minutos de casa foi uma solução para Vanessa Nascimento, 23, moradora de Paraisópolis desde criança.

Ela foi contratada como recepcionista na recém-inaugurada unidade da Sorridents (rede odontológica) na comunidade.

"Vou e volto a pé; facilitou muito pra mim", diz Vanessa, que já trabalhou em padaria, pizzaria e loja de utensílios domésticos -sempre fora de Paraisópolis.

"Antes, passava a maior parte do dia longe. Agora é que estou convivendo mais com as pessoas daqui."

Com mais empresas na comunidade, saltou de menos de 10% para 21%, nos últimos dois anos, a parcela dos moradores que trabalham dentro de Paraisópolis, de acordo com a União dos Moradores e do Comércio.

"Agora, o interesse das empresas é tanto que estamos tentando desenvolver um segundo centro comercial, em outro ponto da comunidade, para comportar novas empresas", diz Gilson Rodrigues, presidente da entidade.

"Essa é uma das comunidades mais assistidas atualmente", afirma Cristina Panella, consultora de planejamento e pesquisa e professora da USP. "No Rio, por exemplo, a situação nas favelas sempre foi muito diferente. As empresas nunca precisaram entrar nas comunidades, que são muito próximas dos bairros da cidade. Assim, atendiam os moradores das favelas sem subir o morro."

POTENCIAL DE CONSUMO

Um estudo inédito da Serasa Experian mostra que 37,1% da renda total dos moradores do Complexo do Alemão, no Rio, é movimentada pelos aposentados.

É a parcela mais significativa, superando a movida pelos jovens (30,2%).

"Uma preocupação é que grande parte da renda desses jovens é fruto de trabalho de baixíssima qualificação e informal", diz Cristina Panella.

"A questão da responsabilidade social é muito recente no Brasil. A partir da pacificação das comunidades, as empresas devem aproveitar o potencial de consumo dos aposentados para entrar nesses mercados com projetos de qualificação profissional para os jovens", afirma a consultora. (CAROLINA MATOS)

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