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Acordo automotivo deve ser prorrogado

Em meio a desentendimentos políticos, Brasil e Argentina caminham para anunciar manutenção do mecanismo

Livre comércio, previsto para entrar em vigor em julho, deve ser adiado; Brasil tem superavit de US$ 1 bi com o vizinho

RAQUEL LANDIM DE SÃO PAULO

Em meio a dificuldades políticas e econômicas, Brasil e Argentina caminham para, mais uma vez, prorrogar o acordo automotivo, que regula o intercâmbio entre os países, e adiar o livre comércio. A expectativa é que o acordo seja renovado nas condições atuais por 12 ou até 18 meses.

"Se prevalecer o bom senso, o acordo em vigor será prorrogado do jeito que está", disse um alto executivo de uma montadora. Outra fonte explica que há problemas "técnicos" e "políticos" travando a negociação e que não resta mais "tempo hábil".

Os negociadores teriam pouco mais de três semanas para chegar a um novo acordo, já que o atual prevê o livre comércio no dia 1º de julho. A decisão deve ser anunciada até essa data. Uma reunião do Mercosul está marcada para o final deste mês.

Segundo a Folha apurou com fontes envolvidas no assunto nos dois países, o governo brasileiro "não vê com maus olhos" a prorrogação, enquanto o governo argentino também "não vê com desgosto, desde que as negociações continuem".

Em vigor desde julho de 2008, o acordo automotivo tenta equilibrar o comércio e reduzir o prejuízo para os argentinos: para cada US$ 100 importados da Argentina em veículos e autopeças, o Brasil tem o direito a exportar US$ 195 sem pagar tarifa de importação. A expectativa é que essa regra seja mantida.

Na prática, esse limite está longe de ser atingido. No ano passado, o Brasil exportou para a Argentina US$ 9,1 bilhão em veículos e autopeças e importou US$ 8,1 bilhões, um superavit de US$ 1 bilhão. O Brasil poderia ter vendido até US$ 15,8 bilhões sem descumprir o acordo.

CLIMA POLÍTICO

Segundo fontes do setor privado, as negociações estão travadas, pois não há clima político para concessões de ambos os lados. A presidente Cristina Kirchner está em uma situação econômica delicada às vésperas das eleições legislativas de outubro.

Já a presidente Dilma Rousseff tem de responder às críticas da oposição por causa do fraco crescimento e do aumento do rombo nas contas externas, o que dificulta concessões a Argentina.

O clima entre as duas também não é dos melhores. Na última reunião presidencial em Buenos Aires, no fim de abril, Cristina pediu "mais integração produtiva", enquanto Dilma reclamou que a "Argentina está importando mais de outros países em vez do Brasil".


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