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Aposentadoria

Aplicar o 13º na previdência reduz o IR

Planos do tipo PGBL permitem deduzir do imposto até 12% da renda, mas é preciso fazer declaração completa

Especialistas afirmam que não vale a pena investir no produto mais que o limite permitido para dedução

CAROLINA MATOS
DE SÃO PAULO

Para compor a renda desejada para a aposentadoria, Leonardo Soares, 44, fez três planos de previdência privada, iniciados em diferentes fases da vida.

Um deles, recém-aberto, vai ter a primeira aplicação neste fim de ano, com ajuda do 13º salário.

"Vou usar o recurso para que esse plano também feche o ano com aplicação no limite máximo permitido para dedução do Imposto de Renda", diz o diretor-executivo de produtos da Boa Vista Serviços, de informações financeiras, sem revelar valores.

É que os três planos contratados por Soares são do tipo PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre), que permite ao aplicador descontar, na declaração completa do IR, o investimento feito em previdência com limite máximo de 12% da renda bruta anual.

E aproveitar essa possibilidade faz diferença na hora de pagar o imposto.

A simulação ao lado mostra que o valor do IR de um contribuinte com renda anual de R$ 120 mil que investiu em seu PGBL o percentual máximo permitido para dedução é R$ 3.960 menor que o cobrado caso ele não tivesse feito nenhuma aplicação em plano desse tipo.

"Os clientes tendem a ficar mais atentos à diferença quando se aproxima o fim do ano", diz Lúcio Flávio de Oliveira, diretor-presidente da Bradesco Vida e Previdência.

Mas o contribuinte não fica isento do tributo definitivamente.

"A pessoa vai pagar o imposto lá na frente, quando resgatar o que acumulou no plano de previdência", diz Sandro Bonfim da Costa, gerente de inteligência de mercado da Brasilprev.

"Por isso, para ter ganho efetivo, o ideal é investir em algo a quantia que deixou de ser paga no momento em IR."

OBJETIVOS

Apesar dos benefícios fiscais, é preciso considerar, antes de destinar o 13º salário ao PGBL, os objetivos para aquele dinheiro e o prazo imaginado para atingi-los.

"O PGBL, como todo plano de previdência, é uma aplicação de longo prazo, com horizonte acima de dez anos. Assim, se a intenção é usar os recursos logo, esse tipo de investimento não vale a pena", diz Valer Police, planejador financeiro pessoal.

Outro alerta é quanto a dívidas pessoais.

"Para quem tem débitos, o ideal é usar o 13º para pagá-los. Não há investimento que compense os altos juros de uma dívida", afirma Police.

"Além disso, não vale a pena investir, no PGBL, mais que os 12% da renda bruta, pois o excedente não será dedutível do IR."

Andrea Nogueira Neves, advogada, analisa 13º e previdência privada

folha.com/no1012471

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