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Viagem à Europa pede cuidado com euro

Para diminuir o risco de forte oscilação da moeda europeia durante a crise, recomendação é comprar aos poucos

Preços ao turista não caem com problemas econômicos; turista deve pesquisar ao optar como pagar a conta

TATIANA FREITAS
DE SÃO PAULO

Uma viagem à Europa é o destino do 13º salário de muitos brasileiros. Se você quer gastar essa renda extra divertindo-se no Velho Continente, precisa ficar atento ao desenrolar da crise na região.

As incertezas sobre a capacidade de países como Grécia e Espanha pagarem suas dívidas têm intensificado os altos e baixos do euro, exigindo maior planejamento do turista que vai à zona do euro.

Às vésperas de embarcar para uma temporada de 30 dias na Europa, a representante comercial Carolina Canela, 23, ainda não comprou os euros de que precisa.

Dos R$ 15 mil que Carolina vai gastar, 25% serão levados em papel-moeda. O resto será pago no cartão de crédito.

"É mais confortável, seguro e no cartão eu tenho o benefício de recuperar em milhas parte do que foi gasto", diz. O IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) de 6,38% não a assusta. "Não acho tão alto assim", afirma.

Mas Fernando Bergallo, gerente de câmbio da TOV, diz que o IOF de 6,38% tornou o cartão de crédito menos competitivo -em transações com papel-moeda e cartão pré-pago, a alíquota é de 0,38%.

Em contrapartida, os cartões de crédito podem oferecer taxas de câmbio mais atrativas. No crédito, as taxas utilizadas para fechar as faturas variam de instituição para instituição, mas normalmente ficam entre o câmbio comercial e o turismo.

Nas transações em papel-moeda, o câmbio é o turismo, mais caro do que o comercial.

Para calcular o que é mais vantajoso, é preciso ter certeza sobre qual é a taxa de câmbio utilizada pela administradora do cartão de crédito.

"Se a taxa usada for a da data do fechamento da fatura, após um mês, o risco é alto, dada a forte oscilação do euro", afirma Felipe Leroy, professor do Ibmec-MG.

Quem optar por papel ou cartão pré-pago pode diminuir mais o risco de variação do euro se comprar a moeda aos poucos antes da viagem.

"A pessoa pode adquirir o cartão pré-pago e carregar aos poucos, conforme a sua disponibilidade de caixa. Assim, terá uma taxa média", diz Mário Mônaco, diretor de câmbio da AGK Corretora.

A paridade do poder de compra também deve ser observada. Leroy diz que o turista deve considerar o câmbio real, ou seja, descontada a inflação. "Com o cenário interno mais favorável para a inflação, o poder de compra do brasileiro cai, tanto aqui como na Europa", diz Leroy.

Além disso, a desaceleração econômica não está provocando queda nos preços na Europa, mesmo em países mais afetados pela crise. "O turista não sentiu diferença nos valores de hospedagem e alimentação", afirma Marco Lourenço, diretor da agência de viagens Queensberry.

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