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Por ajuda, Grécia tem de demitir servidores

Apesar de protestos nas ruas, país promete cortar 25 mil funcionários para continuar a receber socorro financeiro

Ministro alemão afirma que caminho para a Grécia continua difícil e que há mais problemas a serem resolvidos

BERNARDO MELLO FRANCO DE LONDRES

Em meio a novos protestos nas ruas de Atenas, a Grécia fechou ontem um acordo que prevê mais cortes na área social e a demissão de até 25 mil servidores públicos para continuar a receber socorro financeiro da União Europeia.

O país tem a segunda maior taxa de desemprego da Europa, 26,8%, atrás da Espanha.

Pelo novo compromisso com os credores externos, o governo grego receberá parcela de € 4,8 bilhões (R$ 14 bilhões, em valores de ontem) do pacote de resgate orçado em € 172 bilhões.

Pressionado pela promessa do FMI de suspender os pagamentos se o país não cumprisse com suas obrigações, o governo do premiê Antonis Samaras disse que vai cumprir as metas de demissões.

O governo quase caiu em junho devido a uma onda de protestos, que teve como estopim o anúncio do fechamento da TV pública ERT, como parte das medidas de austeridade. A administração perdeu apoio no Parlamento, o que exigiu uma mudança no gabinete para o premiê tentar se manter no poder.

As autoridades da área econômica dizem que a liberação do dinheiro é necessária para evitar um calote nos títulos da dívida grega com vencimento em agosto.

O acerto foi divulgado ontem ao fim de uma visita a Atenas de representantes da troica, composta por Comissão Europeia, BCE (Banco Central Europeu) e FMI.

A troica cobra novos cortes para corrigir o que chama de "excesso de gastos" na área da saúde pública e prevê que a economia grega voltará a crescer de forma gradual a partir de 2014.

O PIB grego encolhe desde 2008, inicialmente pela crise europeia e depois pela descoberta de que fraudou seus dados de Orçamento, o que agravou ainda os problemas econômicos do continente, geralmente uma crise de confiança generalizada.

Nas ruas de Atenas, cerca de 6.000 servidores públicos, incluindo policiais uniformizados em suas motos, protestaram ontem contra as demissões. Os manifestantes carregavam bandeiras negras em sinal de luto contra as medidas de austeridade.

O ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, indicou que a pressão por cortes vai continuar. "O caminho para a Grécia continuará a ser difícil. Gostaria de alertar contra qualquer ilusão. Estamos longe de ter todos os problemas resolvidos."


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