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Pragas 'importadas' ameaçam lavouras

Pesquisadores mapeiam dez principais potenciais invasores e alertam sobre a necessidade de vigiar fronteiras

Maior fluxo de turistas e do comércio global aumenta riscos de entrada; Embrapa deve intensificar pesquisas

TATIANA FREITAS DE SÃO PAULO

Uma dezena de novas pragas tem reais chances de invadir as lavouras brasileiras nos próximos anos, segundo pesquisadores brasileiros.

Para proteger o campo do risco de um ataque que possa causar prejuízos econômicos ao país, a Embrapa e a SBDA (Sociedade Brasileira de Defesa Agropecuária) listaram os principais candidatos a invasões.

A relação, obtida com exclusividade pela Folha, revela ameaças a diferentes culturas e modelos de produção --da soja à mandioca, de exportadores à agricultura familiar.

A seleção das pragas mais ameaçadoras considerou a probabilidade de ocorrer a invasão e a relevância econômica das plantações que podem ser atacadas, segundo Marcelo Lopes da Silva, pesquisador da Embrapa que participou do estudo.

Ele ressalta, porém, que o número de pragas consideradas quarentenárias --com real possibilidade de entrar no país-- é muito maior.

"O Brasil reconhece cerca de 600 pragas quarentenárias e não sabemos como combater a maioria delas. Precisamos de inteligência na defesa sanitária", afirma.

A preocupação de cientistas e do governo se intensificou após os estragos que uma praga exótica (trazida do exterior) provocou às lavouras do cerrado.

AMEAÇAS

O maior fluxo de turistas no Brasil, por causa de eventos como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, a intensificação do comércio global e a abertura de novas rotas rodoviárias para países vizinhos também aumentam as chances de entrada de pragas, diz Evaldo Vilela, presidente da SBDA e professor da Universidade de Viçosa (MG).

"Identificamos 122 pragas só na região de fronteira que, se introduzidas, vão ameaçar a produção agrícola, aumentar os custos e o uso de defensivos, além de afetar a biodiversidade", afirma.

Aumentar a vigilância na fronteira e nos aeroportos é uma das ações preventivas que precisam ser reforçadas, segundo os pesquisadores.

"A quantidade de fiscais não atende à necessidade do Brasil", diz Cosam Coutinho, diretor do departamento de sanidade vegetal do Ministério da Agricultura. Segundo ele, haverá concurso neste ano para o cargo.

Há também ações de longo prazo. Identificadas as pragas que podem causar mais impactos à agricultura, a Embrapa se dedicará ao desenvolvimento, por meio de melhoramento genético, de sementes resistentes aos invasores, segundo Coutinho.

Silva, da Embrapa, aponta ainda a necessidade de maior agilidade na aprovação de agrotóxicos para novas pragas. "O sistema brasileiro é muito severo e demorado. É preciso ter estratégias especiais para emergências."

Para ser comercializado, um agrotóxico precisa ser aprovado pelo Ministério da Agricultura, que faz uma análise sobre a eficiência do produto no campo, pela Anvisa, que avalia os riscos para a saúde, e pelo Ibama (ambiente).


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