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Análise

Dados do desemprego ajudam a compor cenário desalentador

OTTO NOGAMI ESPECIAL PARA A FOLHA

Os números do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados anteontem mostram que, apesar da maior criação de empregos em junho, o número de contratações formais caiu 21,2% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2012.

Os dados sinalizam que a abertura de novas vagas de trabalho na economia não cresceu de maneira gradual como seria de se esperar.

Boa parte das novas vagas está no setor agrícola, com momentos de safra recorde impulsionando as lavouras, bem como no setor de serviços, em decorrência da Copa das Confederações.

Não fossem esses movimentos sazonais, os números teriam sido mais modestos.

Ontem, foi a vez de o IBGE divulgar a taxa de desemprego para junho (6%), que apresentou uma pequena elevação (0,2%) sobre maio.

O rendimento médio real recebido pelas pessoas ocupadas se manteve estável.

Sozinho, o número não é preocupante, pois o primeiro semestre normalmente apresenta taxas de desocupação mais altas do que o segundo. A confirmar a tendência histórica, espera-se que haja queda nos próximos meses.

Mas, quando se associa a taxa de desemprego a outros indicadores econômicos divulgados recentemente, a preocupação se desponta, trazendo uma perspectiva não muito alentadora para o mercado de trabalho.

Segundo a CNI (Confederação Nacional da Indústria), a indústria tem apresentado queda no volume de produção e no de emprego, o que tem impacto na carteira de pedidos por máquinas e equipamentos industriais.

Essa é a sinalização de que o volume de investimentos no setor produtivo está baixo, o que compromete a absorção de recursos produtivos, sobretudo mão de obra --e que, por sua vez, afeta o mercado de trabalho, elevando a taxa de desemprego.

Esse tipo de desemprego é chamado cíclico, causado por uma deficiência nos dispêndios totais da economia (em consumo, investimentos, gastos governamentais).

Assim, à medida que a demanda agregada por bens e serviços diminui, a produção cai e o desemprego aumenta.

E o desemprego é uma preocupação também do ponto de vista social e pessoal, pois ele se distribui de forma desigual e tende a se concentrar na população de mais baixa renda.

Este é o cenário que se vislumbra, mas pode ser revertido à medida que a política econômica passe efetivamente a priorizar os investimentos, seja adequando e ampliando a capacidade de produção, seja com relação à infraestrutura da economia.

Não somente estimulando o consumo das famílias.


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