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Obama volta foco à economia e promete priorizar classe média
Com crescimento opaco, presidente põe ênfase em criar empregos
O presidente Barack Obama iniciou ontem uma rodada de discursos sobre a economia dos EUA, prometendo, após quase cinco anos de governo, realinhar as propostas para a classe média e focar o desemprego, que recua lentamente apesar da retomada.
Discursando a estudantes de Galesburg, Illinois, Obama dedicou parte de seu tempo a culpar o Congresso --sobretudo a oposição-- pela falta de avanço das propostas econômicas e pelo impasse sobre ajustar o Orçamento.
O palco escolhido foi o Knox College, onde falara em 2005, quando ainda era senador e o desempego, pré-crise global, flutuava em 5%, em vez dos 7,6% atuais.
A economia americana apresenta crescimento estável mas modesto há mais de quatro anos, com recuperação dos preços no setor de casas, no mercado de ações e nas vendas do varejo.
Esse avanço morno trouxe melhora na confiança do empresariado. Mas, para a classe média, a qualidade do emprego e os salários piorou.
"Estou aqui para dizer algo que vocês já sabem: ainda não chegamos lá", afirmou Obama. "Ainda que nossas empresas estejam lucrando e criando empregos, quase todo o ganho dos últimos dez anos continua a ir para a camada mais rica, 1% da população", afirmou, ecoando o movimento pró-distribuição de renda Ocupe Wall Street.
Apesar de voltar seu foco à economia, após meses obrigado a lidar com problemas como as denúncias de que os EUA espionaram governos estrangeiros, Obama não deve apresentar novas medidas, dizem analistas e assessores.
A ideia é enfatizar propostas antigas, como a necessidade de investimento em energia, indústria, infraestrutura, educação e a elevação de salários.