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Cifras & letras

Antigas potências dominam novo ciclo do comércio global

comércio exterior

China e Índia repetem modelo de ascensão usado no passado, diz autor

TATIANA FREITAS DE SÃO PAULO

A globalização e as trocas comerciais entre os países mudaram os hábitos de consumo. Tente eliminar os produtos importados da sua rotina: consegue imaginar um dia sem o seu smartphone com tecnologia americana?

E os seus armários sem roupas, tecidos ou porcelanas asiáticas? Certamente, ficariam mais vazios.

"Nossa vida é uma imensa variedade de cargas que atravessaram os sete mares", resume Greg Clydesdale, autor de "Cargas: como o comércio mudou o mundo". "Sem esses produtos [importados], nossa vida seria evidentemente mais pobre."

Devido à importância das trocas entre as nações para a vida cotidiana e para a economia mundial, Clydesdale dedica a maior parte da obra à história do comércio internacional.

A narrativa abrange os últimos 800 anos, começando pela China da dinastia Sung (960-1.279), período no qual o país se tornou o primeiro a abandonar o feudalismo e se transformou em uma das primeiras economias de mercado do mundo --a maior à época--, com a produção de bens voltados para o comércio.

Com o passar dos anos, ganhos de produtividade levaram ao excedente de produção, que poderia ser comercializado para outras regiões.

Para isso, foram feitas melhorias no transporte, abrindo portas para um grande mercado nacional e, mais tarde, internacional.

Todas as fases do comércio global são narradas: o avanço da Índia, o mercantilismo da Europa, as expedições marítimas espanholas e portuguesas no Atlântico e o domínio da Companhia Holandesa das Índias Orientais.

A ascensão inglesa no comércio mundial, protagonizada pela Companhia das Índias Orientais Inglesas, resultou na decadência chinesa.

A participação da China na produção mundial de artigos manufaturados caiu de 33%, em 1800, para 6,2% em 1900. No mesmo período, a fatia europeia subiu de 28% para 62%, segundo o autor.

Clydesdale ainda narra o surgimento das grandes corporações norte-americanas, que alteraram o perfil dos negócios em todo o mundo, e a inserção do Japão no comércio global, no século 20.

NOVOS TEMPOS

No final do livro, o autor faz uma análise sobre os tempos atuais.

Duas potências antigas, China e Índia, estão novamente em ascensão, estimuladas por suas grandes populações e pelo crescimento econômico acelerado dos últimos anos, observa.

O curioso é que o crescimento da China é impulsionado por um processo semelhante ao que levou os demais países à ascensão: a aquisição de know-how em outras nações para a fabricação de produtos de exportação.

Nesses 800 anos de história, diferentes inovações foram replicadas em busca de ganhos de competitividade, do navio a vapor inglês ao contêiner norte-americano.

Os meios, hoje, são um pouco diferentes. "Grande parte desse crescimento da China se deve às nações ocidentais, que estão introduzindo atividades produtivas estrangeiras no país." Um novo ciclo de expansão das economias do Oriente está em curso. Fica a pergunta: como o Ocidente vai reagir a ele?

"CARGAS - COMO O COMÉRCIO MUDOU O MUNDO"
AUTOR Greg Clydesdale
EDITORA Record
QUANTO R$ 54,90 (454 páginas)
TRADUÇÃO Dinah Azevedo
AVALIAÇÃO Bom


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