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Outro lado
Empresas dizem que não sabiam da exploração
DE SÃO PAULOA Restoque, dona das marcas Le Lis Blanc e BôBo, disse que não tem relacionamento com as empresas citadas na fiscalização do Trabalho e que irá se defender.
Em nota, a empresa disse que recebeu "em 22 de julho de 2013 autuação do Ministério do Trabalho e Emprego envolvendo empresas que não conhecemos e com as quais não temos relacionamento". Segundo a empresa, a autuação envolve valores entre R$ 50 mil e R$ 150 mil.
"Cumprimos integralmente a legislação trabalhista nas relações com nossos colaboradores e tomamos os mesmos cuidados com nossos fornecedores", informou a Restoque, acrescentando que, após analisar as autuações, irá apresentar defesa.
As duas confecções citadas pelo Ministério do Trabalho --Recoleta e Pantolex-- disseram desconhecer a exploração de trabalho escravo nas oficinas subcontratadas.
Segundo o advogado Alexandre Venturini, que representa as duas marcas, a entrega de parte do serviço a oficinas menores é prática "esporádica" nas confecções.
"Grande parte da produção é feita internamente e pontualmente são contratadas outras empresas, essas oficinas --que normalmente são compostas por estrangeiros, bolivianos--, para quando não é possível cumprir determinada meta de produção."
Segundo Venturini, as confecções desconheciam a irregularidade nas oficinas. "Não tinham conhecimento a propósito dessa exploração de trabalho", disse. Os contratos das duas confecções com as oficinas fiscalizadas foram cancelados, afirmou.
De acordo com o advogado, a Recoleta contratou pela primeira vez a oficina onde os fiscais detectaram a exploração de bolivianos. Já a Pantolex mantinha contratos com as outras duas oficinas em situação irregular havia cerca de um ano, diz. As oficinas não tiveram seus nomes divulgados pelo ministério para evitar a exposição dos trabalhadores bolivianos.