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Diretor do Fundo diz que não fala pelo Brasil

MARIANA CARNEIRO DE SÃO PAULO

Paulo Nogueira Batista Jr., diretor do FMI desde 2007, propõe um novo programa de ajuda à Grécia.

Ele considera o pacote atual "draconiano" e diz que os resultados são insatisfatórios, com riscos políticos ao governo.

Folha - O senhor é contra o resgate?
Paulo Nogueira Batista Jr. - Não sou contra o programa de ajuda a Grécia e, em segundo lugar, não [fiz as críticas] representando os países latino-americanos.
Essa é a minha posição enquanto diretor-executivo do Fundo. Não é a do Brasil, nem da América Latina.

Qual é a diferença?
Como diretor do Fundo, sou responsável fiduciário pela integridade da instituição. E foi nessa condição que me manifestei sobre a revisão do programa grego. Eu entendo que o programa coloca em risco o Fundo, tanto do lado financeiro quanto de sua reputação.

Por quê?
Não sou contra a contenção de despesas na Grécia. Mas o desenho global do programa não tira o país da crise. Já são anos de ajustamento e a economia está em depressão, o desemprego, altíssimo. Um aspecto central deve ser um horizonte de crescimento para o país.

Sua opinião converge com discursos feitos por Dilma sobre a crise na Europa. Foi orientada pelo governo?
Não. Evidentemente que acompanho as declarações da presidente, mas repito que participei dessa reunião como diretor do FMI, e não em nome do governo brasileiro. Mas eu compartilho da opinião da presidente.

Recebeu apoio no FMI?
Não posso responder, porque pelas regras [do FMI] o diretor pode expressar seu ponto de vista, mas não pode revelar o dos colegas.

Propor um novo programa não pode ser mal recebido no mercado e piorar mais a situação do país?
Preparar não significa implementar de imediato. O timing e as condições são uma questão a ser discutida. Mas não pode continuar como está. Um novo programa é necessário.


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