Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mercado

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Petróleo castiga balança comercial do Brasil

Deficit do setor atinge recorde de US$ 15 bilhões no ano após queda na produção e aumento do consumo interno

Volume disponível para o exterior cai com parada em plataformas, uso de termelétricas e aumento do refino

TATIANA FREITAS DE SÃO PAULO

Produção menor, consumo maior e um atraso no registro de importações realizadas no ano passado pela Petrobras levaram a balança comercial de petróleo e derivados para o maior deficit da história.

De janeiro a julho, o rombo na conta do petróleo atingiu US$ 15,4 bilhões --três vezes mais que em igual período de 2012. Mantida a tendência, o petróleo levará a balança brasileira ao pior saldo em mais de uma década.

O motivo: está sobrando menos óleo para a exportação. No acumulado do ano, a receita com os embarques de petróleo cru caiu 49%.

A queda na produção brasileira, provocada por paradas programadas em plataformas da Petrobras, explica parcialmente o resultado.

O volume de barris produzidos no país caiu 6% no primeiro semestre, mas o impacto dessa retração sobre o excedente exportável foi muito maior, segundo Walter De Vitto, analista da Tendências.

Com o aumento do consumo de gasolina e diesel --estimulado pelo crescimento da frota de veículos e pelos seus baixos preços--, as refinarias da Petrobras estão operando em plena capacidade para aumentar a oferta de derivados. Para isso, a estatal precisa de mais petróleo no país.

O aumento no processamento de óleo também tem o objetivo de reduzir a importação de derivados, que no ano passado provocou prejuízos à Petrobras --a empresa divulga hoje o balanço referente ao segundo trimestre.

Como os preços dos combustíveis nas refinarias do país são, na maior parte do tempo, menores que os do exterior, a empresa perde dinheiro ao importar diesel ou gasolina para vender aqui.

Apesar dos esforços, as importações de combustíveis e lubrificantes subiram 20% até julho. "Isso é fruto da política de incentivo ao consumo de derivados, por meio de preços baixos. E não há perspectiva de melhora no curto prazo", afirma Adriano Pires, diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura).

A necessidade de importação de combustíveis só vai cair em cinco anos, quando as novas refinarias que estão sendo construídas pela Petrobras entrarem em operação, lembra Rodrigo Branco, economista da Funcex.

Neste ano, a balança comercial ainda sofreu com dois fatores extraordinários.

O primeiro é contábil. Dos US$ 27 bilhões importados em óleo e derivados até julho, US$ 4,6 bilhões referem-se a compras realizadas pela Petrobras no final de 2012, mas só registradas neste ano.

A permissão para o atraso no registro, concedida em 2012, acabou elevando os números de importação em 2013.

O outro fator inesperado diz respeito à demanda. O uso maior das usinas termelétricas, necessário para evitar um apagão de energia, aumentou a demanda por óleo e gás no primeiro semestre.

No período, as importações de gás natural aumentaram 44%, enquanto as exportações de óleo combustível e lubrificante caíram 26%.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página