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Dados de julho já apontam piora no segundo semestre

Depois de um 2º trimestre mais forte, economista calcula que haja 40% de chance de atividade entrar em recessão nos próximos meses

MARIANA CARNEIRO DE SÃO PAULO MARIANA SCHREIBER DE BRASÍLIA

Passado o otimismo com a economia em junho, que deve contribuir para um avanço do PIB (Produto Interno Bruto) mais forte no segundo trimestre, a análise dos dados do mês de julho indica um horizonte mais turvo na segunda metade do ano.

Um indicador que busca antever a dinâmica da atividade nos próximos meses, criado pela Fundação Getulio Vargas e pelo instituto americano The Conference Board, mostrou queda de 1,8% em julho ante junho. É a quarta redução consecutiva e a mais intensa do ano.

Das 8 medidas que compõem o indicador, só 2 mostraram um panorama mais favorável --juros mais amenos nos títulos públicos com prazo de um ano e a alta de 1,64% da Bolsa no mês.

A maior queda ocorreu na confiança de empresários e consumidores, que recuou para níveis de 2009.

Também encolheram em julho o valor e o volume das exportações e a produção de bens de consumo duráveis (carros e eletrodomésticos).

Segundo o economista da FGV Paulo Picchetti, a deterioração do ambiente político, provocada pelas manifestações, e a possível reversão da política de incentivos nos EUA detonaram o desânimo.

"Não estamos em uma situação confortável e, por isso, há a necessidade de acertar a política econômica", disse Picchetti.

O economista calcula que haja 40% de chance de a economia entrar em recessão. O percentual é menor do que de períodos que antecederam as últimas quatro recessões desde 1996 (1998, 2001, 2003 e 2009), mas é um alerta para a necessidade de atuação mais "tranquilizadora" do governo aos investidores.

"Em 2011, essa probabilidade chegou a 35%, mas a recessão não se confirmou. O BC reduziu os juros e foram colocados estímulos fiscais, via desonerações", afirmou.

Agora, diz ele, o espaço desses instrumentos diminuiu. O BC está subindo os juros contra a inflação, e mais estímulos colocam em risco as contas públicas. O único "trunfo" restante são as concessões de infraestrutura.

O Banco Central divulgou ontem seu indicador que tenta estimar o PIB. O IBC-Br mostrou crescimento de 1,13% em junho ante maio. No segundo trimestre, a alta é de 0,9% ante o primeiro trimestre. O número ficou pouco abaixo das expectativas, mas ainda assim foi elevado.

O economista Flavio Serrano, do BES Investimento, nota que a economia está muito volátil, alternando quedas e altas. Dessa maneira, analistas já preveem um terceiro trimestre de novo em queda.

"Nossos modelos vêm sugerindo que, após expansão expressiva no segundo trimestre, o PIB deverá ficar estagnado no terceiro", diz a consultoria LCA em relatório.


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