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Varejo e indústria reveem 2º semestre

Setores reduzem planos para final de ano, com economia mais fria

Encomendas já começaram a cair, dizem fabricantes de eletroeletrônicos e supermercados

CLAUDIA ROLLI DE SÃO PAULO

Com vendas menores, projeções de crescimento revistas e queda de confiança do consumidor, o varejo reduz as encomendas para o final do ano e a indústria já sente o reflexo em sua produção.

Varejistas e fabricantes de eletrodomésticos, computadores, roupas, material de construção e móveis refazem planos para o quarto trimestres, época em que tradicionalmente a economia tem maior expansão.

"Houve uma forte redução nas encomendas porque o varejo quer evitar bancar custos com estoques. Como as vendas no Dia dos Pais foram fracas, o ritmo nos negócios está ainda menor", diz Humberto Barbato, presidente da Abinee, que reúne 600 indústrias de eletroeletrônicos.

A produção física nesse setor caiu 4,1% em junho deste ano ante maio. "Começamos o ano falando em crescer 8%, mas se chegarmos a 3% vai ser ótimo", diz o empresário.

O mercado de refrigeradores e fogões, que já teve desempenho fraco no primeiro semestre, também prevê crescer menos --a estimativa de expansão foi revista de 5% para 2% neste ano.

"Estamos numa encruzilhada. As vendas não foram bem e teremos de reajustar preços por causa da pressão de custos da matéria prima (aço, resinas), que subiu de 10% a 30%. Isso pode afetar ainda mais o volume de vendas no segundo semestre", diz Lourival Kiçula, presidente da Eletros (indústria de produtos eletroeletrônicos).

Para Cláudio Felisoni, coordenador do Provar (Programa de Administração de Varejo, da USP), a indústria vai sofrer os impactos da mudança de patamar de confiança dos consumidores. "No terceiro trimestre de 2012, 54% planejavam comprar bens duráveis. Neste ano, são 50,4%."

Os supermercados paulistas também estão mais contidos nas encomendas para a indústria, diz Rodrigo Mariano, diretor do departamento de economia da Apas, que reúne 1.200 redes no Estado.

Pesquisa da associação mostra que 27,7% reduziram formação de estoques em julho. Entre maio e junho, o setor viu o faturamento real cair 4,19%, afetado pela onda de protestos e inflação.

O economista Fábio Silveira, da GO Associados, destaca que o comércio reduziu a previsão de 5% para 4%. "No segundo semestre, o consumo das famílias será relativamente inibido pela vigência de juros reais elevados."

Para atacadistas e distribuidores, a redução na intenção de compra é relevante no caso de bens duráveis e de itens de reposição.

"Com alimentos, bebidas e produtos de higiene pessoal e limpeza, pode haver uma compra mais racional. Para o consumidor, significa reduzir itens supérfluos. Para o varejista, maior cuidado para dimensionar o estoque", diz José do Egito F.Lopes Filho, presidente da Abad (atacadistas). "Será difícil ter resultados excepcionais. Mas estamos longe de um cenário catastrófico."


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