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Commodities

Israel quer dobrar a exportação de tecnologia de tratamento de água

Copa e Olimpíada são as apostas para ampliar os negócios das 50 empresas que já atuam no Brasil

Reutilização de água, tratamento de esgoto e irrigação por gotejamento são algumas das áreas

luiza bandeira
enviada especial a tel aviv

"Se o Brasil é um mercado? O Brasil é o mercado", diz o presidente-executivo da israelense Treatec21, Joseph Atzmon, após apresentar um contêiner que funciona como uma miniestação de tratamento de esgoto.

País desértico, com índices de precipitação nas regiões mais úmidas parecidos com o do semiárido nordestino, Israel desenvolveu uma série de tecnologias para garantir e otimizar sua oferta de água.

Passou a exportar não só produtos agrícolas como também inovações na área, como a técnica de irrigação por gotejamento, que permite um uso mais eficiente da água.

Agora, o país investe na exportação de tecnologias não só de agricultura como também de tratamento de água e esgoto, principalmente para países em desenvolvimento.

Segundo o governo, o volume de exportação das cerca de 600 empresas do ramo de água do país em 2011 deve ficar em US$ 2 bilhões, incluindo projetos de empresas israelenses fora do país e de empresas parceiras.

No Brasil, já há cerca de 50 empresas do ramo atuando, mas a expectativa, segundo a Missão Econômica do Consulado de Israel, é dobrar a quantidade de negócios e comércio, em razão da realização da Copa e da Olimpíada.

"Nós vemos um grande potencial no Brasil", afirma o diretor do Programa Nacional de Energia e Água de Israel, Oded Distel.

NEGÓCIOS

A Netafim, pioneira na técnica de irrigação por gotejamento e que já atua no Brasil, anunciou em novembro a abertura de uma fábrica de gotejadores e microaspersores em Pernambuco, com investimento de R$ 10 milhões.

O anúncio ocorre no momento em que o governo federal planeja aumentar a área irrigada no Nordeste.

No setor de água e esgoto, a Sabesp trabalha para colocar em prática um acordo de cooperação já existente com a Mekorot, a companhia nacional de águas de Israel. O objetivo é aprimorar as técnicas de reúso de água.

Atualmente, Israel reutiliza mais de 70% de toda a água consumida para a agricultura. No Brasil, o percentual de água reutilizada é pequeno e se concentra na indústria e na lavagem de ruas.

Já o presidente da Compesa (Companhia Pernambucana de Saneamento), Roberto Tavares, espera que os israelenses invistam em dois projetos de saneamento locais que somam R$ 6,6 bilhões.

Os projetos foram apresentados a executivos de Israel durante uma feira sobre tecnologias de água em Tel Aviv.

"É um país pequeno e tem muito tecnologia, e precisa dar escala a essa tecnologia", diz Tavares, que se interessa pelos sistemas de redução de perdas desenvolvido no país.

Dados do IBGE mostram que, em mais de 200 cidades brasileiras, mais da metade da água capturada se perde no caminho entre a operadora e o consumidor, por causa de vazamentos e "gatos".

A repórter LUIZA BANDEIRA viajou a convite do Consulado de Israel em SP.

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